28 de fevereiro: Ainda é preciso lembrar das LER/Dort
28/02/2019 - Por Bancários CGR
Neste dia 28 de fevereiro, é preciso destacar que é falsa a crença de que as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) estão superados nos locais de trabalho do País e do mundo. Somente em 2017, mais de 22 mil trabalhadores brasileiros foram afastados de suas atividades devido a essas doenças, conforme dados preliminares do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Das 20 principais causas de afastamento daquele ano, três se enquadravam na denominação de LER/Dort. “Esses números revelam que devemos permanecer vigilantes, pois as LER/Dort continuam acometendo trabalhadores, sobretudo bancários e financiários”, alerta Vanderleia de Paula, secretária de Saúde do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região. “É fundamental fiscalizarmos as condições de trabalho e a intensidade das pressões por produtividade, para que possamos exigir de bancos e financeiras melhorias nos ambientes e revisão dos processos de trabalho”, acrescenta. "Aos trabalhadores, cabe fazer uso de todos os meios de prevenção", completa. O que são as LER/Dort As LER/Dort são um grupo de doenças com causas relacionadas ao trabalho – tais como tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo e mialgias, entre outros –, que afetam músculos, nervos e tendões principalmente de membros superiores, sobrecarregando o sistema musculoesquelético. Esses distúrbios provocam dor e inflamação e podem alterar a capacidade funcional dos adoecidos. As causas, os sintomas e a importância do tratamento precoce As LER/Dort decorrem da intensificação e da sobrecarga de trabalho, de um ambiente desconfortável (muito seco, muito frio, muito quente, pouco iluminado, barulhento ou apertado) e da realização de movimentos manuais repetitivos, continuados, rápidos ou vigorosos, durante um longo período de tempo. Estresse emocional, ansiedade, depressão e insatisfação com o trabalho também podem agravar o quadro. Os sintomas aparecem lentamente e podem incluir dor, formigamento, dormência, sensação de agulhadas ou pontadas, diminuição da força muscular, inchaço e limitação de movimento, entre outros. "Sabemos que o processo adoecedor das LER/Dort causa dor e medo. Em alguns casos, o receio de iniciar o tratamento com médico especialista faz com que o bancário ou financiário recorra à automedicação, apenas mascarando os sintomas de maneira temporária. A adesão ao um tratamento especializado é de muita importância para que se possa, o quanto antes, controlar os desconfortos dos sintomas", orienta a assistente social do Sindicato, Juliana Moraes. Prevenção é o melhor caminho Para prevenir as LER/Dort é necessário respeitar os limites individuais de cada trabalhador e criar um bom ambiente de trabalho, com ensino adequado das técnicas e posturas apropriadas para executar as tarefas. Também é importante respeitar a duração das jornadas de trabalho e permitir que haja intervalos periódicos nesse período, com a realização de pausas e gisnástica laboral. As ferramentas, os instrumentos e a mobília devem ser adequados e adaptados. Vale lembrar que a manutenção da saúde geral, ter uma boa qualidade de sono e praticar atividade física regularmente podem contribuir significativamente para a prevenção. Histórico da data Desde o ano 2000, no Brasil, 28 de fevereiro foi instituído como Dia Internacional de Combate e Conscientização às Vítimas de LER/Dort. Trata-se de um marco muito importante, pois foi a primeira vez na história que uma doença profissional (LER) passou a ser considerada como questão de saúde pública mundial, embora já tivesse sido notificada pela Previdência Social em 1987. “Ou seja, são anos de luta contra o adoecimento dos trabalhadores, em que pouquíssimo foi feito por parte dos empresários, especialmente os banqueiros. As LER/Dort são fruto de atividades desenvolvidas diariamente no ambiente de trabalho, e que geram dor e sofrimento, podendo, inclusive, atingir estágios irreversíveis. Por isso, estamos constantemente cobrando a responsabilidade social dos banqueiros para com os trabalhadores”, conclui Vanderleia.