São Paulo, com variação de 60% no mesmo período, é a cidade com a cesta mais cara: R$ 749,78. Logo a seguir, estão Florianópolis (R$ 746,21), Rio de Janeiro (R$ 717,82) e Curitiba (R$ 685,69). Mesmo em Aracaju, onde se compra a cesta mais barata, a situação não é nada fácil, pois o índice foi de 51%, o que elevou o preço de R$ 356,56 para R$ 539,57 no período.
A inflação oficial do país, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a base para correções salariais, foi de 25,26% nesse intervalo de janeiro de 2019 a agosto de 2022. Outro indicador básico do comportamento da inflação no país, também medido pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumido (INPC) ficou em 27,01%, igualmente bem abaixo da alta que sofreram os alimentos.
O salário mínimo, a principal referência de renda para as famílias que enfrentam mais dificuldades financeiras no Brasil, também teve correção muito abaixo da alta dos alimentos. Seu valor, que era de R$ 954 em 2018, está hoje em R$ 1.212. Ou seja, no período em questão teve um reajuste de parcos 27,04%.
Básico do básico
Nessa situação tão adversa, em que os ganhos reduzem e os preços sobem sem parar, é de se esperar que as famílias, sem dinheiro suficiente para consumir uma cesta básica completa por mês, tenham que escolher muito o que podem comprar, para fugir da fome. Mas isso também tem ficado a cada dia mais difícil, pois os preços dos itens mais básicos da alimentação também não dão uma trégua.
Todos os itens ficaram muito caros, mas entre os que mais chamam a atenção estão o óleo de soja, que subiu entre 188% (em Vitória) e 138% (Rio e Belo Horizonte); o leite, entre 151% (Florianópolis) e 82% (Belém); o café, entre 127% (Goiânia) e 63% (Rio); a carne, entre 103% (Belém) e 57% (Aracaju). Com essa carestia do preço dos alimentos, nem banana se encontra mais a preço de banana: a fruta, por exemplo, subiu 107% em Campo Grande, 91% em Brasília e 83% em Natal.
Leia também
>>>>> Fome cresceu 73% em dois anos no Brasil
Fonte: Contraf-CUT