Após lei dos biombos, crime de "saidinha de banco" cai 90% em João Pessoa
22/03/2011 - Por Bancários CGR
A cidade de João Pessoa é um exemplo da eficácia da instalação de  biombos em agências no combate ao crime de "saidinha de banco",  modalidade de assalto que causou três mortes neste início do ano em São  Paulo. Na capital da Paraíba, uma lei aprovada pela Câmara Municipal  obrigou os bancos a instalarem o equipamento que impede a visualização  por terceiros das transações dos clientes nos caixas. Após a entrada em  vigor dessa legislação, o número de casos caiu 90%, trazendo mais  segurança para trabalhadores e clientes.
 
 "A lei foi um avanço importante e foi muito bem recebida pelos  bancários. Seu cumprimento foi garantido por uma intensa fiscalização do  Procon da cidade, que autuou de forma enérgica nos bancos que não  colocaram os biombos, o que foi fundamental", afirma Marcos Henriques,  presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba.
 
 Para tentar escapar, os bancos entraram com ação na Justiça buscando  suspender a aplicação da lei. "Os bancos estão na contramão, mostrando  que só pensam em proteger o seu patrimônio, e não a vida de bancários,  vigilantes e clientes", enfatiza.
 
 Marcos salienta que, mesmo com a implementação da lei, ainda há muito  que avançar em termos de medidas preventivas de segurança nos bancos.  "Os bancários da cidade seguem carentes de segurança. Portas de  segurança, por exemplo, deveriam ser obrigatórias antes do  autoatendimento nas agências", diz.
 
 Para preencher essa lacuna, o Sindicato propôs e o vereador Denilton  Lucena (PT) apresentou um novo projeto de lei baseado no modelo da  Contraf-CUT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes  (CNTV). A iniciativa prevê a ampliação de equipamentos que melhoram a  estrutura de segurança das agências, como portas de segurança, câmeras  de vídeo e vidros blindados nas fachadas, bem como medidas que garantem  privacidade nas operações, como biombos em frente aos caixas e  divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos.
 
 Marcos critica ainda a desatualização da lei federal nº 7.102, que  determina regras mínimas de segurança para o funcionamento dos  estabelecimentos financeiros. "Essa legislação é 1983, está  ultrapassada, não acompanhou o desenvolvimento tecnológico", avalia. A  Contaf-CUT e a CNTV já apresentaram proposta de atualização durante  audiência pública na Câmara Federal, tendo sido protocolada pelo  deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Fonte: Contraf-CUT

