Destaques Notícias do Sindicato Segurança Bancária Bancos

Artigo: Segurança Bancária - Um desafio para clientes e funcionários

08/08/2025

Com a digitalização do setor financeiro, os bancos enfrentam novos desafios relacionados à segurança. Porém, ao contrário do que se espera, a vulnerabilidade não se limita ao ambiente virtual: ela se estende às agências físicas, onde tanto funcionários quanto clientes seguem expostos a riscos. A negligência com a segurança, seja por falhas tecnológicas, humanas ou estruturais, compromete o sistema bancário como um todo. 

Os clientes são as principais vítimas da era dos golpes digitais

A evolução da tecnologia bancária trouxe conveniência, mas também abriu espaço para crimes sofisticados. Golpes como phishing (ataque cibernético em que criminosos se passam por entidades confiáveis (como bancos, empresas ou instituições governamentais) para enganar indivíduos e obter informações confidenciais, como senhas, números de cartão de crédito ou dados bancários), smishing (técnica de fraude que usa mensagens de texto (SMS) para enganar as pessoas e roubar informações pessoais), e invasões de contas digitais são cada vez mais comuns. A responsabilidade por se proteger é transferida ao cliente, muitas vezes sem o suporte necessário.

Além disso, a baixa educação digital torna o público um alvo fácil. Enquanto isso, instituições financeiras nem sempre fornecem orientação suficiente, criando um desequilíbrio onde o cliente é cobrado por um papel que não pode cumprir sozinho.

Para os funcionários: pressão, risco e falta de proteção estrutural

Dentro das agências bancárias, a situação também é crítica. Funcionários lidam diariamente com o medo de assaltos, sequestros relâmpago e ameaças físicas. No entanto, muitos desses riscos são agravados pela falta de itens básicos de segurança nas unidades bancárias. É comum encontrar agências sem portas giratórias com detectores de metal e segurança armada, é o caso, por exemplo, das Unidades de Negócios e PAs do Bradesco.

Essa negligência estrutural demonstra que, em muitos casos, o investimento em segurança física tem sido minimizado, colocando em risco a integridade física dos profissionais e clientes.

Além disso, os funcionários também enfrentam ameaças digitais, como tentativas de engenharia social, que exploram o despreparo ou a confiança dos colaboradores. Falta, ainda, treinamento constante para lidar com essas situações, o que aumenta a vulnerabilidade interna.

O Sistema é Frágil: Falta de Integração e Prevenção

A combinação de ataques digitais com insegurança física nas agências escancara um fato alarmante: a segurança bancária no Brasil é fragmentada, desigual e reativa. Em vez de estratégias preventivas e integradas, muitas instituições ainda adotam medidas pontuais ou simbólicas, tanto na segurança digital quanto na física.

A ausência de equipamentos básicos de segurança nas agências é injustificável frente ao lucro do setor bancário, e demonstra uma priorização do corte de custos em detrimento da vida humana.

Segurança não é acessório. É dever.

Esdras Luciano - Presidente do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região

Outras Notícias