Assaltos a bancos crescem 103%; apenas duas agências têm central de monitoramento na Paraíba
26/12/2013 - Por Bancários CGR
Apenas duas agências do Banco do Nordeste em João Pessoa têm centrais de monitoramento instaladas, equipamentos que contribuem de forma mais eficiente no combate à violência contra bancos. O estado tem 227 agências filiadas ao Sindicato dos Bancários, divididas entre as instituições públicas (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco do Nordeste) e privadas, como Itaú, Bradesco, HSBC e Santander. Em 2013, foram 128 crimes contra bancos, número 103,17% maior que os 63 registrados no ano anterior.
As informações foram repassadas ao Portal Correio pelo presidente do sindicato, Marcos Henriques e Silva. Segundo ele, os bancos investem apenas 5% em projetos de segurança, mas precisam aumentar a fatia financeira voltada para esse segmento, tendo em vista que o lucro dessas empresas ficou em torno dos R$ 70 bilhões somente em 2013.
Henriques também falou sobre a nova lei de segurança criada pelo deputado estadual Assis Quintans (DEM) e sancionada pelo governador Ricardo Coutinho no dia 23 de dezembro. Ele disse que a categoria está satisfeita, mas espera que o Procon intensifique a fiscalização para que a lei seja cumprida de maneira eficaz, sem que os bancos tenham prejuízos com multas ou fechamento de agências. O presidente também defende a humanização da segurança bancária, de forma que os profissionais tenham apoio psicológico para superar os traumas deixados pela violência.
Um banco fechado traz muitos prejuízos para o mercado financeiro. Por isso, acredito que os empresários vão se esforçar para garantir que as agências cumpram a determinação da legislação e não sofram com punições como essa; é preciso também que o Procon da Paraíba atue com bastante rigor nas fiscalizações (...) Infelizmente temos casos de pessoas que foram demitidas depois de passarem por graves problemas emocionais com os assaltos. É necessário que o funcionário ou servidor tenha apoio psicológico para superar os problemas de saúde que surgem após os casos de violência.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba revelou que não há previsão de universalização da central de monitoramento nas agências do estado. "É algo que depende dos bancos; essas empresas devem investir para instalação desse sistema".
Central de monitoramento
Marcos Henriques explicou que uma central de monitoramento funciona através de várias telas interligadas com empresas de segurança e com a polícia, de maneira que todo e qualquer movimento suspeito nas agências seja rapidamente identificado e contido.
Segundo o presidente do sindicato, o sistema tem contribuído bastante para a redução da criminalidade nas agências onde ele já está em funcionamento.
Apesar da eficiência, a central de monitoramento ainda é uma ideia nova, conforme relatou Henriques, e funciona apenas em cerca de mil agências o banco Itaú, em São Paulo. A empresa tem mais de cinco mil unidades no país.
Números da violência
Confira os dados divulgados pelo Sindicato dos Bancários, nos quais constam os números da violência registrados em toda a Paraíba durante 2013 e 2012.