Pesquisa feita com os bancários revela que 35,6% dos que estão em trabalho remoto ultrapassam a jornada. Desses, 26% não recebem hora extra e não participam do banco de horas
Repentinamente, milhares de brasileiros tiveram de alterar a rotina por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus e a necessidade de isolamento social. O trabalho antes presencial passou a ser feito de casa – o chamado trabalho remoto. Sem discussão prévia e o estabelecimento de regras bem claras, inclusive definições sobre a disponibilidade de recursos tecnológicos aos trabalhadores, a nova forma de atuação fez disparar o assédio moral.
Pesquisa feita com os bancários e apresentada durante a 22ª Conferência Nacional revela que 35,6% dos que estão em trabalho remoto ultrapassam a jornada. Desses, 26% não recebem hora extra e não participam do banco de horas.
A cobrança pelo cumprimento de metas também disparou e 36% afirmam ser mais difícil o cumprimento. Um espaço propício ao assédio moral. As cobranças, segundo relatos, chegam a qualquer hora do dia através de e-mails, mensagem pelo Whatsapp e até ligações. Não há respeito nem ao fim de semana e feriados.
Junto com a prática, cresce também o adoecimento, principalmente mental. Ansiedade, estresse, cansaço e depressão estão entre as principais doenças que, se não tratadas, podem se agravar levando, inclusive, ao suicídio.