Na reunião de negociações entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Comissão de Negociações dos Empregados, desta quinta-feira (27), o banco manteve a escalada de ataques aos direitos dos trabalhadores. Na negociação de quarta-feira (26) o banco já havia desferido uma série de ataques ao direito de livre organização e representação sindical e associativa. Na reunião desta quinta-feira o debate girou em torno das cláusulas econômicas e assistenciais e o banco apresentou proposta de reajuste zero.
“Isso impõe uma perda de, pelo menos, 2,66% no poder aquisitivo dos trabalhadores, que é a inflação prevista para o período”, explicou o vice-presidente e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o BNDES, Vinícius de Assumpção.
Além de não reajustar os salários, o banco também não quer aplicar reajuste a outros direitos, como vale-refeição e cesta-alimentação, adicional noturno, programa de assistência educacional e vale transporte. Pela proposta do banco, os empregados expatriados, que cumprem suas funções em outros países também não terão reajuste.
“Esse posicionamento reflete o que a atual direção do banco e o governo federal pensa sobre o corpo funcional. Menosprezam a importância dos funcionários na atividade do banco, que é fundamental para o desenvolvimento social e econômico do país”, criticou o vice-presidente da Contraf-CUT. “É uma direção e um governo que querem desmantelar a capacidade de fomento do BNDES e dos demais bancos públicos e entregá-los de bandeja para a iniciativa privada. Isso é um problema, porque os bancos privados, deveriam, mas não têm qualquer preocupação com o desenvolvimento do país, tampouco em atender as necessidades da população pelos serviços bancários”, completou.
Morosidade
A representação dos funcionários propôs continuar as negociações sobre as cláusulas institucionais e garantia de direitos ainda nesta quinta, para dar celeridade às negociações e se chegar à proposta final do banco, mas a proposta não foi aceita pelos representantes do BNDES, que mantiveram a posição de debater sobre estes pontos somente nesta sexta-feira.
“O que nos dá a impressão é que o banco está tentando empurrar o final da negociação para o mais perto possível do final da vigência do acordo coletivo e, assim, impedir que os trabalhadores debatam devidamente a proposta”, avaliou o vice-presidente da Contraf-CUT.
As partes voltam a se reunir, por meio de videoconferência, nesta sexta-feira (28), para debater sobre as cláusulas institucionais e garantia de direitos.
Fonte: Contraf-CUT