Atendimento caótico no Bradesco do centro. Quase duas horas na fila do "Banco do Planeta"
01/02/2011 - Por Bancários CGR
Agência do Bradesco no Centro tem quadro reduzido de funcionários e longas filas no atendimento. Cadê a responsa, banqueiro?
No site especial do Bradesco sobre sustentabilidade o banco informa que o cliente encontra atendimento fácil em mais de 5.113 municípios brasileiros, além de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, seja nas agências, nos postos de autoatendimento, pelo telefone ou pela internet. Com os altos lucros o Bradesco essa notícia até poderia ser verdade, no entanto, na prática, não é bem isso que acontece.
Representantes do Sindicato, por volta das 10h30min, estiveram na agência centro do banco no centro da cidade nesta terça-feira (1/2) e puderam constatar que o caos no atendimento a clientes e usuários era generalizado. Um verdadeiro amontoado de gente sem noção do tempo que seriam obrigados a cumprir até chegar ao caixa e idosos sem atendimento preferencial.
Carência de efetivo
Desde janeiro, a agência do Bradesco em Campina Grande vem trabalhando com quadro reduzido de funcionários. Alguns entraram de férias, outros de licença, três que foram promovidos para PAA e ainda não foram substituídos e para agravar a situação o sindicato recebeu denuncia que o banco teria desativado um dos guichês de caixa.
Os dirigentes sindicais cobraram solução imediata ao gerente da agência e formulou denuncia junto ao Procon e a entidade de fiscalização compareceu ao local e autuou o banco pelo descumprimento a lei das filas.
Bancos lucram, mas não investem no melhor atendimento
Poucos clientes sabem, mas grande parte dos salários dos bancários é pago com o dinheiro que os bancos cobram nas tarifas
Em muitos deles, além de cobrir a folha de pagamento dos funcionários, ainda sobra um bom troco, que vai engordar os já bilionários lucros das empresas. Desde 1994, quando os bancos passaram a cobrar tarifas, a arrecadação com a prestação de serviços saltou dos R$ 4 bilhões para R$ 28 bilhões em 2004. Hoje, responde por um terço do lucro dos dez maiores bancos brasileiros.
No entanto, o setor financeiro pouco investe na melhora das condições de trabalho, muito pelo contrário. Em 2004, por exemplo, os bancos privados fecharam cerca de 3,5 mil postos de trabalho no País, segundo o Cadastro Geral de Empregos e Desempregos do Ministério do Trabalho (Caged). Como explicar que em 1993, segundo dados da própria Federação Brasileira de Bancos, cada bancário do País administrava, em média, 67 contas e, em 2004, esse número tenha saltado para 184 contas por bancário?
Ou seja, o cliente paga para ter um bom atendimento, mas é empurrado para os terminais eletrônicos, para os correspondentes bancários e para as transações pela internet. Para os que têm mais dinheiro, isso pode parecer um conforto, em relação às longas filas que os mais pobres são obrigados a enfrentar. Mas é hora de avaliar se o valor pago pelo privilégio é, ao menos, justo.
Não espere! Denuncie!
Segundo o Procon a reclamação mais freqüente no setor financeiro é da longa espera para atendimento junto aos caixas. Mas não é só o sindicato que pode denunciar. Cada cidadão precisa ter conscientização de seus direitos e denunciar os abusos e as infrações nas relações de consumo. O atendimento do Procon funciona de segunda a sexta, das 8 às 18h na Rua Afonso Campos, 304, Centro. O consumidor também pode acionar o Órgão através do disque denúncia 151, ou ainda no telefone 8825 5525 (demais dias e horários).
Seeb CGR