Bancários cobram negociação e eleições democráticas do SantanderPrevi
01/02/2011 - Por Bancários CGR
O Santander ainda não agendou negociação com a Contraf-CUT, sindicatos e federações de bancários e Afubesp para discutir a suspensão imediata das eleições antidemocráticas do SantanderPrevi, sucessor do HolandaPrevi desde julho de 2010. Uma carta foi enviada pelas entidades no dia 21 para a direção do banco espanhol, porém, passados dez dias, nenhuma resposta foi encaminhada, desrespeitando os trabalhadores.
"No documento, além da suspensão das eleições em andamento, reivindicamos a abertura de um processo democrático, com regras transparentes, como divulgação de edital de convocação e prazo para inscrição de candidatos, para eleger os representantes dos participantes nos conselhos deliberativo e fiscal do fundo de pensão, a exemplo do Banesprev e Bandeprev, também patrocinados pelo Santander", destaca o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Sem negociação, as entidades prometem intensificar a pressão em todo país, denunciando a falta de democracia no SantanderPrevi.
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"Vamos pressionar o banco em todo Brasil, a exemplo da campanha das diretas já que sacudiu o Brasil nos anos 80 e conquistou a volta das eleições para presidente da República, uma vez que o Santander teima em fazer um processo antidemocrático que nos lembra o famigerado colégio eleitoral dos tempos da ditadura militar, pois os 40 mil participantes do SantanderPrevi só foram chamados para votar até o dia 4 de fevereiro em dez candidatos inscritos pelo banco para as duas vagas nos conselhos, o que é inaceitável", ressalta Ademir.
As eleições no SantanderPrevi foram discutidas em várias reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas. Numa delas, em 18 de maio de 2010, o banco registrou em ata que "não há previsão de qualquer processo eleitoral para o ano de 2010 e que o movimento sindical será previamente avisado dos próximos processos eleitorais". No entanto, nenhum documento foi enviado pelo banco para as entidades sindicais sobre o processo em andamento.
"Estamos diante de uma farsa eleitoral montada vergonhosamente no SantanderPrevi", avalia o diretor da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Paulo Garcez. Ele lembrou que bancos públicos e privados, como o Itaú Unibanco, realizam processos democráticos e transparentes para escolher os representantes dos participantes na gestão dos fundos de pensão.
"O banco repetiu o processo antidemocrático e desrespeitoso com os trabalhadores que aconteceu em 2009, quando foi alterado de forma unilateral o estatuto do HolandaPrevi, o que prejudicou milhares de participantes", salienta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa. O ataque à democracia no SantanderPrevi ocorre às vésperas da posse do novo presidente do banco no Brasil, o espanhol Marcial Portela.
Fonte: Contraf-CUT