Bancários definem reivindicações para combater insegurança nos bancos
01/08/2011 - Por Bancários CGR
Rede de Comunicação dos Bancários
Jammal Makhoul
A melhoria da assistência médica e psicológica aos bancários vítimas da insegurança nos bancos deverá ser uma das prioridades da categoria na Campanha Nacional que está começando. O assunto foi debatido profundamente neste sábado, dia 30, pelo grupo de trabalho que discutiu as reivindicações dos bancários sobre segurança, no segundo dia da 13ª Conferência Nacional, em São Paulo. A pauta final será fechada neste domingo.
Para o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, as discussões no grupo de trabalho foram altamente qualificadas e serviram para atualizar por consenso a pauta de reivindicações. "A falta de segurança nos bancos é um tema que os bancários têm discutido há anos. Esse problema já deveria ter sido resolvido faz tempo, se não fosse o descaso dos bancos", comenta Ademir.
A categoria também vai reivindicar que as instituições financeiras instalem mais equipamentos de prevenção contra assaltos, sequestros e extorsões. "Com lucros acima de R$ 12 bilhões somente no primeiro trimestre deste ano, os bancos têm recursos de sobra para colocar portas de segurança em todas as agências e antes do autoatendimento, além da implantação de mais câmeras de filmagem internas e externas e vidros blindados nas fachadas", diz Ademir.
Os bancários reafirmaram a proposta de instalação das portas individualizadas de segurança antes do autoatendimento, com pequeno recuo em relação à calçada para colocação de um guarda-volumes para evitar qualquer constrangimento aos clientes. "Queremos segurança em todos os espaços das agências, começando pelo autoatendimento, onde ocorrem cerca de 31% das operações dos clientes", destaca o diretor da Contraf-CUT.
Outra reivindicação importante dos bancários é o adicional de risco de morte no valor equivalente a 30% da remuneração total que o trabalhador recebe no mês. "O problema da insegurança está tão assustador que agora não estamos mais reivindicando um adicional por risco de vida, mas sim por risco de morte", salienta Ademir. Ele lembra que, no primeiro semestre deste ano, 20 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em todo país.
Os debates contaram com a participação do presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura Santos. Ele destacou a importância da luta conjunta pela segurança. "Pesquisa nacional da CNTV e da Contraf-CUT revelou 838 ataques a bancos no primeiro semestre, sendo 537 arrombamentos e 301 assaltos, o que exige mobilização permanente dos vigilantes e bancários para mudar esta situação", afirma.
"Saidinha de banco"
O diretor executivo do Sindicato de São Paulo, Daniel Reis, destaca ainda que os bancários também estão preocupados com os crimes de "saidinha de banco". Foi reforçada a instalação de biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas. "Essa proposta já é lei estadual em São Paulo, mas não está sendo cumprida pelos bancos", afirma o autor do projeto e ex-deputado Wanderlei Siraque (PT), que acompanhou os debates para saber mais sobre os problemas de segurança da categoria.
Outra reivindicação é a instalação de divisórias entre os caixas, inclusive os eletrônicos, para que os saques em dinheiro sejam feitos com privacidade. "Também foi reafirmada a necessidade de isenção das tarifas de transferência de recursos (TED, DOC e ordens de pagamento), o que, se aprovado pelos bancos, vai reduzir a circulação de dinheiro e combater a `saidinha de banco`", explica Daniel.
Ainda foi proposta a instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros. "Avaliamos que a solução não é propor o uso de tinta rosa para manchar cédulas, o que já se mostrou ineficiente, ou mesmo incenerar cédulas diante da onda de explosões, mas sim melhorar as condições de segurança para evitar o ataque das quadrilhas", destaca Ademir. Além disso, a Contraf-CUT e a CNTV já cobraram maior controle e fiscalização do Ministério do Exército no comércio de explosivos em todo Brasil.
"Agora, vamos levar todas as propostas para aprovação na plenária final deste domingo. Além disso, como forma de pressão, o grupo de segurança vai propor ao Comando Nacional a realização de um Dia Nacional de Luta por mais segurança nos bancos durante o calendário de mobilização da Campanha Nacional, em parceria com a CNTV", finaliza Ademir.