Bancários do Itaú criticam prêmio de sustentabilidade e exigem fim das demissões
18/07/2011 - Por Bancários CGR
Os bancários do Itaú Unibanco estão promovendo uma série de manifestações em todo país contra as demissões imotivadas que vem sendo efetivadas pela empresa. Além de seguir na contramão do que afirmou o presidente do banco, Roberto Setúbal, em 2008, de que com a fusão entre as instituições não haveria demissões, a prática também contrasta com o prêmio que a empresa recebeu recentemente no Financial Times Sustainable Awards, na Inglaterra, que reconhece as melhores políticas e práticas de sustentabilidade do setor financeiro.
O reconhecimento do jornal inglês com o prêmio de sustentabilidade não confere com a realidade dos bancários no país, obrigados a conviver rotineiramente num ambiente de medo e sobrecarga de trabalho pela falta de funcionários. Além disso, os sindicatos vêm recebendo denúncias de que gerentes operacionais estão deixando suas funções para assumir atendimento nos caixas.
O presidente do Itaú, Roberto Setúbal, explicou recentemente em entrevista divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo, o que faz um banco ser sustentável. O detalhe é que descartou a importância dos funcionários. "A filosofia de sustentabilidade está no negócio. O banco procura ter uma relação sustentável com o cliente, o que significa ser transparente com o que é oferecido", disse.
"Este prêmio só pode ser uma farsa. No cotidiano das agências bancárias a realidade é outra. Convivemos diariamente com demissões, assédio moral e pressão para o cumprimento de metas", denuncia Jair Alves dos Santos, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, órgão que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.
O dirigente sindical questiona os critérios utilizados para a concessão do prêmio. "Gostaríamos de saber qual o motivo para se considerar um banco sustentável. Tal valor deveria começar levando em consideração as condições de trabalho de seus funcionários", avalia Jair.
Campinas
Na sexta-feira, 14 bancários do Itaú em Campinas foram demitidos do Centro de Processamento de Serviços Administrativos. Em maio, cinco trabalhadores já haviam sido demitidos deste mesmo setor (compensação e microfilmagem).
Para o vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas, Mauri Sérgio, a gestão sustentável pregada no banco não se mantém na prática. "Reivindicamos a suspensão das demissões e reintegração dos bancários. Para isso, estaremos reunidos nesta terça 19 com o superintendente de relações trabalhistas e sindicais do Itaú, Geraldo Martins", conclui Mauri.
Fonte: Contraf-CUT