Bancários do Itaú estão nas ruas de todo o país nesta terça contra demissões
19/07/2011 - Por Bancários CGR
Bancários do Itaú Unibanco promovem nesta terça-feira (19) manifestações  em todo o país contra a onda de demissões e as precárias condições de  trabalho. As atividades fazem parte do Dia Nacional de Luta. A  Contraf-CUT, federações e sindicatos denunciam a política de  rotatividade do banco, que no primeiro semestre deste ano provocou o  desligamento de quase 4 mil trabalhadores.
 
 As entidades sindicais denunciam que as demissões vêm piorando as  condições de trabalho. Para suprir a demanda dos clientes, trabalhadores  estão sendo sobrecarregados, além de conviverem com desvios de função e  a terceirização do serviço bancário. 
 
 A situação se repete em todo o país, conforme foi diagnosticado pelos  dirigentes sindicais no Encontro Nacional, realizado no dia 8 de julho,  em São Paulo. "De norte a sul do país os funcionários do Itaú estão  sendo demitidos e estão sofrendo com as péssimas condições de trabalho,  estão adoecendo e, o que é pior, não vemos da direção do banco  movimentações no sentido de melhorar esta situação", Wanderley  Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos  Empregados (COE) do Itaú Unibanco, coletivo que assessora a Contraf-CUT  nas negociações com o banco. 
 
 O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, declarou publicamente na  época da fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008, que não aconteceriam  demissões. O movimento sindical participou de diversas mesas de  negociações e recebeu a promessa do banco de que o emprego seria  garantido. Se oficialmente as demissões em massa estão descartadas, na  prática a história é outra. 
 
 Reportagem da Exame Finanças, na edição do dia 15 de junho, comprova que  a empresa iniciou um duro programa de corte de custos e reorganização  interna "para atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam".  
 
 As demissões estão ocorrendo em todos os setores do banco. Apenas nos  meses de abril e maio, de acordo com a revista, cerca de 350  profissionais deixaram o banco, a maioria deles pertencente à área de  crédito ao consumidor, que engloba a financeira e o segmento de cartões  de crédito.
 
 "Os bancários estão com medo de perder seus empregos, especialmente após  a entrevista de Roberto Setúbal à revista Exame em que ele afirma que  `é hora de cortar`", afirma Jair Alves, um dos coordenadores da COE do  Itaú Unibanco. "Os bancários enfrentam péssimas condições de trabalho,  pressão constante por metas elevadas e sobrecarga de serviço que levam  ao adoecimento", diz. 
 
 Além disso, os sindicatos estão recebendo denúncias de que gerentes  operacionais estão deixando suas funções para assumir atendimento nos  caixas. "A política do banco também prejudica a clientela, que sofre com  filas e ainda paga tarifas elevadas. Isso tem que mudar", sustenta  Jair.
Fonte: Contraf-CUT
