Banco do Brasil: Comitê de Ética já tem representantes
22/10/2010 - Por Bancários CGR
Foi divulgado o resultado da eleição que escolheu titular e suplente para representar bancários no Comitê
O resultado da eleição para os representantes dos bancários no Comitê de Ética do Banco do Brasil (BB) foi divulgado na quarta-feira 2. Foi eleita a dupla apoiada pelos Sindicatos de Campina Grande e Região e da Paraíba, Paulo Henrique (titular) e Arceu Alcides (suplente), com 394 votos (41% do total).
Os funcionários do BB foram às urnas entre os dias 25 e 27 de agosto. Votaram 960 trabalhadores aptos. Estavam concorrendo na Paraíba 05 duplas.
O Comitê de Ética foi criado para combater o assédio moral no BB. Ele começou a ser discutido entre os trabalhadores e a direção do banco em 2009, tendo sua implantação iniciada em julho deste ano. Sua instituição, portanto, é um avanço na luta dos bancários contra o problema, que é apontado como uma das principais preocupações da categoria.
Problema Em pesquisa realizada este ano pelos sindicatos de todo o país e coordenada pela Contraf-CUT, 79% dos bancários deram nota máxima para o problema do assédio moral, em uma escala de 1 a 10 de prioridade. O combate às metas abusivas também recebeu a mesma porcentagem de notas máximas.
Os dois problemas estão diretamente relacionados. O assédio moral é utilizado pelos bancos como uma ferramenta de gestão para cobrar dos funcionários o cumprimento de metas abusivas. Trata-se de uma violência institucional, porque é parte essencial na forma como as instituições financeiras do país funcionam hoje.
Paridade Nesse contexto, a criação de um Comitê de Ética é uma conquista, ainda que ele, tal como foi instituído, não atenda satisfatoriamente às reivindicações dos trabalhadores: para cada representante de bancários há quatro representantes da diretoria do BB, e ele não prevê a participação do Sindicato.
O comitê de ética ainda não é o ideal e falta a paridade entre representantes dos trabalhadores e do banco, mas é um avanço conquistado pelos funcionários por meio da mobilização, uma vez que o BB reconheceu que há assédio moral na empresa. Estão de parabéns todos os funcionários que concorreram ou apenas votaram no processo eleitoral. O Sindicato oferece apoio aos representantes eleitos e continuará a combater o assédio moral nos locais de trabalho, diz Rostand Lucena, presidente do Sindicato e da Fetec-NE.
É importante lembrar que, independentemente da atuação do Comitê, os funcionários do BB devem continuar denunciando o assédio moral à Ouvidoria Interna do BB e, principalmente, ao Sindicato, em conversas com os diretores sindicais ou ainda enviando uma mensagem pelo site.
Mobilização O resultado da pesquisa da Contraf-CUT não é surpresa entre a categoria, uma das que mais sofre com o assédio moral, que prejudica as condições de trabalho e de saúde do funcionário, gerando adoecimento psicológico e físico. Por meio do assédio moral, os bancários sofrem ameaças de descomissionamento, o que reduziria seus salários pela metade. O Sindicato tem realizado manifestações nos locais de trabalho para dar visibilidade à questão e pressionar os bancos e quer negociar com o BB um plano de carreira que garanta proteção ao trabalhador. Outra reivindicação é que as metas sejam discutidas em negociações entre os trabalhadores e a empresa.