Bancos abrem 24 mil vagas em 2010, mas usam rotatividade para reduzir salários
24/03/2011 - Por Bancários CGR
 Os bancos que operam no Brasil criaram 24.032 novos empregos em 2010, o  que representa 1,12% dos 2.136.947 postos de trabalho gerados por toda a  economia no ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%, o  maior salto dos últimos 25 anos. Esse é o resultado da Pesquisa de  Emprego Bancário (PEB) realizada pela Confederação Nacional dos  Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) em parceria com o Dieese,  com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados  (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Os bancos que operam no Brasil criaram 24.032 novos empregos em 2010, o  que representa 1,12% dos 2.136.947 postos de trabalho gerados por toda a  economia no ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%, o  maior salto dos últimos 25 anos. Esse é o resultado da Pesquisa de  Emprego Bancário (PEB) realizada pela Confederação Nacional dos  Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) em parceria com o Dieese,  com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados  (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
 O resultado contrasta com 2009, ano em que o PIB brasileiro não cresceu  em razão da crise internacional, quando o sistema financeiro fechou 621  postos de trabalho. Mas a pesquisa de 2010 (a oitava já realizada pela  Contraf-CUT/Dieese) mostra que a rotatividade da mão-de-obra permanece  alta nos bancos e se mantém a discriminação contra as mulheres, que  recebem menos que os homens tanto na admissão quanto no desligamento.
 
 "Apesar do aumento no número de vagas, a rotatividade continua alta no  sistema financeiro, mecanismo que os bancos usam para reduzir a média  salarial dos bancários. Essa é uma prática perversa do setor onde  somente as seis maiores empresas tiveram lucro líquido de mais de R$ 43  bilhões no ano passado", compara Carlos Cordeiro, presidente da  Contraf-CUT.
 
 Em 2010, o sistema financeiro contratou 57.450 trabalhadores e desligou  33.418. A remuneração média dos desligados foi de R$ 3.506,88, valor  37,57% superior ao salário médio de R$ 2.188,43 dos admitidos. A região  Sudeste foi onde os bancos mais abriram postos de trabalho (16.065). O  Norte registrou o menor saldo de emprego (981). 
 
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 Emprego diminui nas faixas mais altas
 
 O saldo positivo de emprego nos bancos em 2010 está concentrado nas  faixas salariais até três salários mínimos. Acima do valor equivalente a  quatro salários mínimos, o saldo de emprego é negativo em todas as  faixas de remuneração, como mostra a tabela. 
 
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 A pesquisa demonstra também que os bancos continuam dando preferência  aos jovens nas contratações. Na faixa etária até os 30 anos, o saldo  positivo de postos de trabalho foi de 28.090 no ano passado. A partir  dos 40 anos de idade, o saldo de emprego é negativo. 
 
 Além de jovem, os novos contratados têm alta escolaridade: 42,21%  possuíam o superior completo e outros 35,66% estavam cursando o terceiro  grau. Mas a escolaridade dos que se desligaram era maior ainda: 60,7%  com curso superior completo e 23,59% cursando a faculdade.
 
 Mulheres já entram nos bancos ganhando menos
 
 Na comparação de gênero, a pesquisa mostra que os salários das mulheres  bancários são inferiores tanto na contratação quanto no desligamento. As  bancárias desligadas em 2010 recebiam salário médio de R$ 2.887,21,  valor 28,71% inferior à remuneração média de R$ 4.049,92 dos homens. Na  admissão, as mulheres foram contratadas com salário médio de R$  1.833,35, contra R$ 2.534,52 dos trabalhadores masculinos - uma  diferença de 27,66%.  
 
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 "Esses dados confirmam mais uma vez a existência de discriminação contra  as mulheres dentro dos bancos, deixando claro que precisamos avançar  muito nas discussões sobre igualdade de oportunidades, que certamente  será um dos eixos da campanha nacional de 2011", afirma o presidente da  Contraf-CUT.
 
 Cresce número de pedidos de demissão
 
 O estudo Contraf-CUT/Dieese revela também uma alteração significativa em  relação à pesquisa de 2009 no que se refere aos tipos de desligamentos  dos bancos. No ano retrasado, do total de afastamentos do sistema  financeiro, 35,65% foram pedidos de demissão dos bancários. Em 2010, a  demissão voluntária subiu para 49,08%.
 
 Os pedidos de demissão estavam concentrados nas funções de escriturário,  que é início da carreira. Nesse segmento, 64,56% dos afastamentos foram  a pedido. 
 
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 "Algumas das razões que explicam o fato de a metade dos desligamentos  serem por iniciativa dos próprios trabalhadores são que eles não  suportam mais as pressões por obtenção de metas cada vez mais abusivas e  o assédio moral que vem como consequência", avalia Carlos Cordeiro.  "Essa também será com certeza uma das principais reivindicações da  campanha deste ano."
 
Fonte: Contraf-CUT

