Bancos brasileiros resistiriam a choques econômicos, avalia Banco Central
13/04/2011 - Por Bancários CGR
Os bancos brasileiros são capazes de resistir a choques econômicos sem  comprometer seu capital, concluiu o Banco Central (BC). A conclusão  consta do Relatório de Estabilidade Financeira, publicação semestral  divulgada na segunda-feira 11.
 
 No documento, que se refere ao segundo semestre de 2010, o BC afirma  que, mesmo em cenários extremos de deterioração econômica, o sistema  financeiro nacional não sofreria com a explosão da inadimplência, nem  com a queda na qualidade do capital. De acordo com o documento, o Índice  de Basileia, indicador usado para medir a segurança dos bancos, se  manteria acima do valor mínimo aceitável.
 
 O Índice de Basileia mede o capital que os bancos mantêm retidos em  relação ao valor emprestado. Pelos padrões internacionais, para cada R$  100 emprestados, o banco precisa manter pelo menos R$ 11 imobilizados.  Os testes de estresse mostraram que, mesmo no pior cenário pesquisado  pelo BC, o índice ficaria superior a 11%.
 
 O relatório também concluiu que os bancos brasileiros conseguirão  enfrentar as medidas de contenção do crédito sem necessidade de mudança  na estratégia de negócios. Embora anunciadas em dezembro do ano passado,  essas medidas só entraram em vigor neste mês.
 
 Para segurar a expansão do crédito, o BC elevou o capital mínimo que os  bancos precisam ter em caixa para operar determinadas modalidades de  operações de crédito. A autoridade monetária também reduziu o limite  para captação de depósitos com garantias especiais.
 
 Em relação à expansão do crédito no ano passado, a autoridade monetária  avaliou que o sistema apresentou rentabilidade satisfatória e a  solvência permaneceu robusta. Segundo o BC, isso ocorreu porque o  aumento do risco de inadimplência, proporcionado pelo maior volume de  crédito, foi compensado pela incorporação de lucros, o que manteve a  suficiência e a qualidade da base de capital.
 
 Segundo o BC, o cenário para a economia brasileira continuou positivo no  ano passado, apesar das dificuldades nos países desenvolvidos. Nesse  período, afirma o relatório, os bancos captaram recursos suficientes  para continuar a financiar a expansão das carteiras e, ao mesmo tempo,  manter estoques elevados de ativos líquidos.
 
 Apesar do aumento da tomada de crédito, o Banco Central afirma que as  famílias não comprometeram maior parcela da renda com dívidas porque os  novos empréstimos foram sustentados por modalidades de menores taxas de  juro e risco e com prazos mais longos. De acordo com o documento, as  medidas macroprudenciais (de contenção do crédito) foram preventivas e  tiveram o objetivo de permitir que o mercado de crédito se desenvolva de  forma sustentável.
Fonte: Contraf/CUT com Agência Brasil

