Bancos terão de detalhar remuneração com ações nos balanços
01/07/2011 - Por Bancários CGR
A partir do próximo ano, os bancos terão que detalhar em balanço todos  os pagamentos feitos com ações a seus executivos. A obrigatoriedade foi  aprovada ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
 
 Hoje, boa parte da remuneração dos diretores de instituição financeira é  feito por meio de ações, lembrou o chefe do Departamento de Normas do  Banco Central (BC), Sérgio Odilon.
 
 Segundo ele, a decisão poderá alinhar o procedimento das instituições  financeiras à exigência já determinada pela Comissão de Valores  Mobiliários (CVM) para companhias não financeiras de capital aberto e  também à recomendação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) -  pronunciamento CPC 10 - Pagamento Baseado em Ações. "Isso aproxima nossa  contabilidade dos padrões internacionais", comentou Odilon.
 
 Ele afirmou ainda que o Banco Central deve divulgar em breve uma  carta-circular explicitando as obrigações dos bancos., mas adiantou que  todos os pagamentos com ações ou outros instrumentos de capital, mesmo  que não seja para executivos, terão de ser detalhados em notas  explicativas nas demonstrações financeiras.
 
 O Conselho Monetário Nacional também aprovou medida que obriga as  instituições financeiras a apresentar relatórios sobre a gestão de  capital, com planejamento de metas para os próximos três anos e riscos  implícitos, como de imagem, reputação, liquidez, socioambiental e  jurídico.
 
 As instituições terão ainda que informar se há necessidade de aporte adicional de capital.
 
 Segundo Odilon, a medida faz parte do cronograma de Basileia 2, conjunto  de regras prudenciais adicionais aprovadas pelo Banco de Compensações  Internacionais (BIS) após a crise financeira global ocorrida em 2008. Os  novos procedimentos vão além de testes de estresse e ações já exigidas  para os bancos para prevenção de riscos de crédito, de mercado e  operacional, explicou Odilon.
 
 "A regra pede um planejamento para os próximos três anos e uma  avaliação, pela própria instituição financeira, de todos os riscos  relevantes a que ela possa estar exposta, com a respectiva necessidade  de capital futura para fazer face a esses riscos. Se durante essa  avaliação a instituição concluir que precisa de um capital maior, esse  novo patamar se tornará o capital mínimo da instituição", explicou  Odilon.
 
 Os bancos de grande porte, com patrimônio superior a R$ 100 bilhões,  terão ainda que adotar o chamado Processo Interno de Avaliação da  Adequação de Capital (Icaap). Trata-se de um monitoramento mais  meticuloso sobre a gestão de capital nos próximos três anos, informou  Odilon.
 
 Ainda de acordo com a medida, as instituições terão de realizar  relatórios periódicos para apresentar a alta administração, além de  avaliação periódica pela auditoria interna do processo de gerenciamento  de capital.
 
 O sistema financeiro terá até 31 de dezembro de 2012 para começar a  cumprir a exigência. Há um prazo adicional até 30 de junho de 2013 para a  implementação do Icaap, obrigatório para os grandes bancos.
Fonte: Contraf-CUT com Fernando Travaglini-Azelma Rodrigues-V. Econômico
