Itaú Bancos

Brasil 247: Com maior lucro da história, Itaú ataca economia do País

05/02/2014 - Por Bancários CGR

altO Itaú Unibanco acaba conseguir uma proeza inédita. Superando todas as expectativas do mercado, que já eram elevadas, divulgou R$ 15,695 bilhões de lucro no exercício de 2013, nada menos que o maior lucro de uma instituição financeira já registrado no Brasil.

Com ganhos de R$ 4,68 bilhões apenas no quatro trimestre do ano passado, os técnicos do banco justificaram o resultado como fruto da queda da inadimplência entre seus clientes, ampliação da tomada de crédito por eles e redução no provisionamento para perdas.

Não deu outra. As ações do Itaú Unibanco dispararam na Bolsa de Valores, com alta de 4,95% às 13h11 desta terça-feira 4.

Há motivos, diante de tantos números azuis, para o Itaú Unibanco estar feliz da vida da economia brasileira, certo?

Errado.

Em meio ao esforço do governo para mostrar ao mundo que o Brasil está, sim, numa posição diferenciada, para melhor, frente aos demais emergentes e, também, diante de muitas economias de países ricos, o Itaú Unibanco joga na mão contrária. A do pessimismo.

No encontro de investidores mais importante do mundo, o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco Ilan Goldfajn foi pródigo em divulgar que o Brasil está na bola da vez da crise.

- Os investidores estão olhando para os países com uma economia sustentável e estável, ensinou Goldfajn. "E o Brasil não é".

A derrubada do ex-diretor do BC durante o governo FHC correu o mundo. A frase foi citada até mesmo numa reportagem do jornal Financial Times, que avaliou que o Brasil fora o grande perdedor do fórum de Davos.

Agora, porém, o Itaú Unibanco sai a público, como determinam as regras bancárias para brasileiras, para mostrar que obteve o maior lucro da história.

Mas este, para o mesmo Itaú, não é um país que não tem uma economia sustentável e estável? E que, nessa medida, não deveria interessar aos investidores, como disse o sócio da instituição? De resto, o mesmo Ilan Goldfajn que, no ano passado, ao longo de praticamente todo o segundo semestre, foi o pioneiro e mais ardoroso defensor do desemprego como forma de controlar a inflação...

Engajado em fazer política, o Itaú Unibanco apresenta ao público, na face do apresentador global Luciano Huck, seu lado cor de rosa, ou melhor, laranja, matiz oficial da instituição. Mas nos bastidores joga pesado contra o atual governo e a política econômica praticada.

Esse jogo contra ficou ressaltado, além das palavras, também num gesto. O processo de fusão entre as casas bancárias das famílias Setúbal e Moreira Salles, em 2008, deixou de lado, segundo a Receita Federal, um detalhe estimado hoje em R$ 18 bilhões. Trata-se do correspondente a Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, acrescido de juros e multas que, a tomar pela autuação feita pelo Fisco na semana passada, o banco deixou de recolher.

No País que "não é", de acordo com um dos principais porta-voz da instituição, ter mais cuidado com o recolhimento de impostos seria um grande passo para ajudar na estabilização da economia. Se bem que, é claro, o Itaú já disse que não tem nada a dever.

Itaú, taí um banco que gosta de levar vantagem em tudo.

Fonte: Brasil 247

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