Texto publicado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região alerta que o spread bancário no Brasil continua sendo um dos mais elevados do mundo e diz ser fundamental a redução dos juros para o crescimento do país.
Segundo o texto, o altíssimo custo do crédito consiste em enorme desincentivo ao consumo e ao investimento produtivo, na medida em que os juros cobrados pelas instituições financeiras representam uma perda importante no orçamento das famílias e das empresas.
O texto diz ainda que o alto grau de concentração do setor financeiro também é um entrave para o crescimento da economia, na medida em que atua com capacidade de impor aos consumidores preços abusivos, em um mercado onde apenas cinco empresas concentram quase 90% do crédito disponível.
Ao contrário do que vem sendo feito pelo governo Temer, o fortalecimento dos bancos públicos é fundamental para o Brasil sair da crise econômica. Eles devem ser utilizados como ferramentas para baixar o spread bancário e elevar o crédito, a liberação de depósitos compulsórios com garantia de aplicação em áreas prioritárias e o incentivo a outros atores como as cooperativas de crédito e os bancos menores. “Estamos na luta para que a elevação do crédito a juros baixos, notadamente para o setor habitacional e rural, esteja no centro do modelo econômico brasileiro”, diz a nota.
O texto diz ainda que a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) rejeita a ideia de que a causa dos altos juros no Brasil seja a enorme concentração no setor e a falta de concorrência entre eles. Diante disso faz algumas propostas que, segundo ela, iriam reduzir os juros no Brasil. Todas elas são propostas que gerariam redução de custos para os bancos como modificações no cadastro positivo, maior facilidade para os bancos tomarem bens dados como garantia de empréstimos, aprofundamento da reforma trabalhista, relaxamento das exigências de segurança nas agências bancárias, redução do pagamento de impostos por parte dos bancos, etc.
O sindicato observa que o mercado financeiro detém praticamente 50% do PIB do Brasil em saldo de operações de crédito - dominado por cinco grandes conglomerados financeiros, que não concorrem em preço, já que atuam de forma oligopolizada. Portanto, a redução de custos não seria repassada aos juros cobrados dos clientes. A maioria das medidas propostas pela Febraban serviria apenas para elevar ainda mais as margens de lucro do setor que mais ganha na economia, mesmo em momentos de crise, como o atual.