Caixa dá aumento de 34% para executivos
09/10/2013 - Por Bancários CGR
A negociação específica entre trabalhadores e Caixa está emperrada desde antes do início da greve, em 19 de setembro. Em todas as reuniões realizadas até o momento, a empresa manteve a mesma postura, sem atender os anseios dos seus empregados, conforme pauta encaminhada, demonstrando grande dificuldade em garantir qualquer tipo de avanço.
Entre os itens reivindicados pelos empregados estão ajustes no plano de saúde (como a criação de modalidade de plano que permita a inclusão de pais), igualdade de direitos (ATS e licença prêmio para os empregados admitidos pós 1998), critérios objetivos para dispensa de função gratificada, PLR Social e o reajuste dos salários e das demais verbas.
Como índice de reajuste, a reivindicação dos empregados é de 11,93% (reposição de inflação do período mais aumento real de 5%), e até o momento a Caixa, na mesa única da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), ofereceu apenas 7,1%.
Em que pese a resistência da Caixa em atender à pauta da categoria, as reivindicações dos empregados se apequenam quando se trata de um grupo seleto de colaboradores que, no mínimo, aparentam legislar em causa própria. Isso porque em 2012, após a campanha salarial, foi concedido um aumento de 34% nos salários dos ocupantes de cargo do alto escalão da empresa.
Os administradores reivindicaram aumento baseados nos salários que são pagos em outras instituições e foram atendidos sem dificuldade. O tratamento para os demais trabalhadores é bem diferente, já que para conseguir um aumento digno é necessário muita luta, mobilização e desgaste, afirma Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Os argumentos apresentados pela direção da Caixa para o reajuste de 34% para os administradores é o aumento da rentabilidade sobre o patrimônio líquido nos últimos cinco exercícios. Entre 2010 e 2011, a melhoria nos indicadores deveu-se, especialmente, ao aumento das receitas de crédito e das receitas de prestação de serviços.
A empresa ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão em ativos administrados, bem como apresentou acréscimo significativo dos saldos dos créditos comerciais e imobiliários. Os relatórios apresentados para justificar o reajuste destacam ainda o aumento dos saldos das cadernetas de poupança e dos depósitos a prazo. Dão especial ênfase, ainda, à função social da empresa, atrelada à presença da instituição em 100% dos municípios brasileiros e à forte atuação da Caixa como agente fomentador das políticas sociais e de habitação no país.
O Sindicato destaca que foi por meio do esforço do conjunto dos empregados que a Caixa teve tantos resultados positivos. Inclusive, esses mesmos trabalhadores ficaram expostos a estresse cotidiano com número insuficiente de empregados, condições inadequadas de trabalho, pressão para atingimento de metas abusivas e assédio moral constante. Apesar de todo esse esforço, os empregados não são recompensados e tampouco recebem a divisão justa do lucro.
SEEB Brasília com informações da Apcef-SP