Cassi: Sobrecarga no atendimento escancara precarização
05/01/2022 - Por Bancários CGR
Retorno precipitado ao trabalho presencial, surto de Influenza H3N2 e chegada da variante Ômicron expõem ineficiência do atendimento da telemedicina da Cassi.
Funcionários e funcionárias do Banco do Brasil que precisaram de atendimento do serviço de telemedicina da Caixa de Assistência (Cassi) nesta segunda-feira, 03 de janeiro, tiveram que enfrentar horas de espera. O aumento exponencial da procura por atendimento ocorre justamente no início de uma quarta onda de transmissão da Covid-19 no Brasil, causada pela variante Ômicron, de um surto de Influenza (H3N2) e logo após o banco forçar uma retomada total do trabalho presencial. A própria Cassi reconheceu a sobrecarga do sistema e o grande tempo de espera, em virtude do surto de Covid-19 e Influenza, nos comunicados que divulgou em seus canais.
“Num momento de aumento das contaminações pela Covid-19, assim como pela nova variante da Influenza (H3N2), a Cassi tem tido inúmeras dificuldades em atender a grande procura pela telemedicina. No Brasil todo, registramos casos de gargalos, com a espera de várias horas”, relata a representante no Conselho de Usuários da Cassi Tânia Dalmau. “A cobrança por solução para essas questões deve ser feita aos nossos diretores eleitos [Luiz] Satoru e [Carlos Emílio] Flesch, que foram e continuam sendo favoráveis à expansão desse tipo de atendimento e à terceirização, com a redução das CliniCassis. Observamos que esse caminho está na contramão das necessidades dos trabalhadores. Precisamos voltar a oferecer o atendimento de excelência que a Cassi sempre prestou”, acrescenta.
A crítica da dirigente sindical é à política de terceirização dos serviços oferecidos pela Cassi que a atual gestão tem adotado, em detrimento ao fortalecimento das CliniCassis e à Estratégia de Saúde da Família (ESF), com foco preventivo. “Sabemos que a terceirização não é o caminho para expandir e melhorar o atendimento, ao contrário, é uma forma de precarizar os serviços. Essa sobrecarga expõe justamente uma deficiência estrutural, que a telemedicina não é capaz de resolver. O que precisamos é de investimento em estrutura e fortalecimento da medicina preventiva”, acrescenta a dirigente sindical Ana Paula Busato. Neste sentido, os representantes nos Conselhos de Usuários têm cobrado o atendimento efetivo das demandas dos trabalhadores, considerando que esta é uma das responsabilidades da Cassi.
Resultado do negacionismo
Desde o início da pandemia da Covid-19, em 2020, a direção do Banco do Brasil tem reproduzido em sua gestão o negacionismo escancarado do Governo Bolsonaro. Inúmeras vezes o banco optou por negar a gravidade da pandemia, tomando medidas que colocam em risco a saúde e a vida de seus funcionários e funcionárias. “O retorno precipitado, mal planejado e indevido da categoria ao trabalho presencial no fim de 2021 foi o ápice do negacionismo. Lembrando que as pessoas do grupo de risco só estão em home office agora devido a uma liminar judicial conquistada pelo Sindicato”, relembra a dirigente sindical Ana Smolka. “E o banco continua negando os riscos do trabalho presencial, mesmo com o número de casos de Covid-19 aumentando entre os funcionários”, finaliza.
Os Sindicatos dos Empregados em Estabelecimentos Bancários, reiteram seu compromisso de representar e defender os interesses dos funcionários e funcionárias do Banco do Brasil em todas as esferas, inclusive na Cassi. Acrescenta ainda que continuará participando ativamente dos debates e das instâncias de decisão, por meio da atuação de seus representantes no Conselho de Usuários, pois entende a Caixa de Assistência como uma ferramenta essencial de proteção à saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Fonte: SEEB Curitiba, com adaptações Seeb_CGR