Comando Nacional retoma negociação com Fenaban sobre teletrabalho
27/09/2021 - Por Bancários CGR
A pesquisa foi feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e avaliou as condições para a categoria realizar o teletrabalho, após mais de um ano de duração dessa modalidade, durante a pandemia da Covid-19. Foram colhidos questionários respondidos por 13 mil bancárias e bancários e feitos vários recortes na pesquisa, desde faixas etárias, salariais, distribuição geográfica e por bancos. Houve maior índice de diagnóstico positivo de Covid-19 (38%) entre os que permaneceram no trabalho presencial do que os que foram para o teletrabalho (23%). Chamou a atenção o fato de que o banco que menos colocou trabalhadores em teletrabalho foi o que mais teve registros de contaminação.
“O fato de termos negociado no ano passado a ida de boa parte da categoria para o teletrabalho e discutirmos medidas protetivas para quem ficou nas agências foi decisivo para salvarmos vidas. Foi importante fazermos essa pesquisa. Nos ajudou muito a enxergar o que temos que negociar. Mostrou que aquilo que o Comando pauta desde o ano passado era realmente necessário para proteger os trabalhadores e traz algumas demandas para negociarmos”, destacou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional.
Retorno
Uma das principais preocupações do Comando é com o retorno dos que estão em teletrabalho para o trabalho presencial. “Dizemos desde o ano passado que o retorno não pode ser feito antes de ter uma proteção na sociedade, de ter todos os cuidados. O retorno tem que ser cauteloso. Vemos que alguns bancos fazem retorno sem negociar. O que está em jogo é se a pessoa vai viver ou não, se vai ficar com sequelas ou não. Isso tem consequências que não são boas para as pessoas. Por isso, cobramos tanto a negociação antes de qualquer retorno”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT.
Ficou marcado para a próxima sexta-feira (1º de outubro) a retomada da Mesa Permanente de Saúde entre o Comando e a Fenaban para definir o protocolo de segurança contra a Covid-19. “Nossa preocupação é que a pandemia não está controlada. O número de óbitos continua preocupante, acima de 500, e a vacinação está lenta. Essa ânsia de retorno nos preocupa. Há risco para o grupo de risco. Nos preocupa o debate das sequelas. Tem muitos colegas que estão trabalhando com capacidade de trabalho diminuída por causa das sequelas”, disse o secretário de Saúde do Trabalho, Mauro Salles.
“O grupo de risco é o mais preocupante. Estamos vendo os bancos pedindo o retorno a partir de outubro, pedindo o retorno das pessoas com comorbidade. Quem toma a segunda dose, acha que não há mais necessidade de usar máscara e de ter distanciamento. Sabemos que a vida não voltou ao normal”, ressaltou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, outra coordenadora do Comando Nacional.
Custos do teletrabalho
Um dado importante na pesquisa foi que somente 13% dos pesquisados estão recebendo auxílio financeiro dos bancos para os custos do teletrabalho. Apenas um dos cinco maiores bancos está pagando o auxílio de forma regular. Quando foi perguntado o que de mais importante deveria ser fornecido pelos bancos para quem estiver em teletrabalho, 59% dos pesquisados responderam que seria o pagamento do auxílio financeiro para cobrir as despesas com o trabalho remoto (luz, água, internet etc.). No ano passado, 39% dos pesquisados apontaram o pagamento do auxílio como importante. A resposta mais frequente (64%) foi o fornecimento de equipamentos de infraestrutura. (cadeira, notebook etc.)
Enquanto as despesas do teletrabalho se avolumam com o aumento da inflação, os bancos cortaram custos com o trabalho remoto. Economizaram R$ 766 milhões, na comparação das despesas administrativas entre 2019 e 2020.
Os representantes da Fenaban pediram na reunião um tempo para analisarem os dados da pesquisa, antes de responderem às reivindicações. As negociações também serão feitas banco a banco, por meio das comissões de empregados.
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Fonte: Contraf-CUT