Combate à violência contra a mulher é também tarefa dos homens
04/12/2020 - Por Bancários CGR
A escolha da data remete a um caso de violência que chocou o mundo. Em 6 de dezembro de 1989, Marc Lepine, um jovem canadense de 25 anos, invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica de Montreal (Canadá) e ordenou que todos os homens abandonassem o local, para que pudesse assassinar todas as mulheres daquela turma.
Logo após este ato hediondo, Marc suicidou-se. Mas, uma carta deixada pelo rapaz explica os motivos que o levaram a cometer a chacina. De acordo com a carta, Marc não admitia que mulheres frequentassem o curso de Engenharia, uma área tradicionalmente masculina, segundo o jovem assassino. Comovidos e chocados com este caso, um grupo de homens canadenses criou a Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign), um movimento para fomentar a igualdade de gêneros e uma nova visão sobre a masculinidade.
A Contraf-CUT, soma-se a esse movimento. A mobilização começou em 20 de novembro passado, Dia da Consciência Negra, seguindo-se ao 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à violência contra a mulher, e ao 3 de dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. A jornada de lutas termina em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
“Nossa jornada abarca todas essas datas porque em todas elas a questão da mulher está colocada de forma muito clara. Seja pela mulher negra, a mais discriminada e explorada em nossa sociedade, ou pela mulher deficiente, a que mais sofre com os obstáculos às pessoas com deficiência. Nessa jornada de combate à violência contra a mulher, entendemos que os homens têm um lugar especial pra ajudar outros a romperem a cultura machista e pensar um mundo sem submissão, violência e igualitário. Também são vítimas dessa violência, seja por serem filhos, companheiros, pais ou amigos de mulheres vítimas de violência”, declarou a secretária de Mulheres da Contraf-CUT, Elaine Cutis.
A cultura machista também impõe diretamente ao homem perdas e danos. “O homem é vítima até mesmo do que chamamos de ‘masculinidade tóxica’, do machismo que impõe regras, para que o homem tenha uma imagem de ‘forte’ ou ‘autoritário, para obedecer normas e padrões que acabam lhe trazendo prejuízos”, ressaltou a secretária de Mulheres da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT