Começam reuniões das redes sindicais do Itaú e do Santander nas Américas
27/07/2011 - Por Bancários CGR
"Precisamos ampliar e fortalecer a solidariedade e a nossa organização  internacional para lutar pela assinatura de acordos marcos e pela  igualdade de direitos dos bancários de todo o continente que trabalham  nos bancos globais." A declaração foi feita nesta terça-feira 26 pelo  presidente da Contraf-CUT e da UNI América Finanças, Carlos Cordeiro, na  abertura da 8ª Reunião do Comitê Sindical Internacional do Grupo  Santander e da 6ª Reunião do Comitê Sindical Internacional do Grupo Itaú  (ambos fóruns da UNI Américas Finanças), que estão sendo realizadas em  São Paulo, com a participação de 80 dirigentes sindicais do Brasil,  Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Trinidad &  Tobago, Bahamas e Estados Unidos. 
 
 Participaram da mesa de abertura das duas reuniões, no auditório da  Contraf-CUT, o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, o chefe da  UNI Finanças Mundial, Márcio Monzane, a presidenta do Sindicato de São  Paulo e diretora da UNI Finanças, Juvândia Moreira, o presidente da  Contec e representante da UGT, Lourenço do Prado, e o secretário de  Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques. 
 
 Carlos Cordeiro defendeu a necessidade de o Brasil e os demais países da  América Latina transformarem o crescimento que vivem atualmente em  desenvolvimento econômico, de forma a promover a inclusão social e mais  distribuição de renda. Ele citou o Brasil, "que já é a sétima economia  mundial e caminha para ocupar o quinto lugar no ranking, mas ao mesmo  tempo está entre as dez economias mais desiguais do planeta". "Essa  diferença de renda se reproduz nos bancos", criticou o presidente da  Contraf-CUT.
 
 Conferência nacional sobre sistema financeiro
 
 Artur Henrique, presidente da CUT, elogiou a iniciativa dos bancários do  Itaú e do Santander, "que dão um exemplo aos trabalhadores de outros  setores com essa capacidade de articular ações sindicais em nível  global". Ele chamou a atenção para os reflexos da crise iniciada em  2008, "que estão destruindo conquistas dos trabalhadores sobretudo na  Europa e nos Estados Unidos".
 
 O presidente da CUT disse que os bancários estão na linha de frente  "dessa luta central dos trabalhadores contra a hegemonia do setor  financeiro e o neoliberalismo" e elogiou a iniciativa da Contraf-CUT de  propor e batalhar pela convocação de uma Conferência Nacional do Sistema  Financeiro, que discuta com a sociedade qual o papel que os bancos  devem desempenhar na economia para promover o desenvolvimento econômico e  social do país.
 
 Desafios do futuro
 
 O brasileiro Márcio Monzane, recém-eleito chefe mundial da UNI Finanças,  destacou o papel cada vez mais importante desempenhado no cenário  mundial pelas economias e pelo movimento sindical dos países em  desenvolvimento, diante da crise econômica que atinge principalmente  Europa e Estados Unidos. 
 
 "Temos grandes desafios para o futuro, como definimos no Congresso  Mundial da UNI Finanças em Lisboa, no início do ano, que envolvem a  discussão do modelo de sistema financeiro que queremos e da necessidade  da sua regulamentação e as ações dos trabalhadores frente às empresas  multinacionais", afirmou Monzane.
 
 A presidenta do Sindicato de São Paulo, Juvândia Moreira, lembrou a  história da conquista da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários  brasileiros para defender a necessidade de os bancários avançarem em  direção à assinatura de acordos marcos em toda a América Latina. "Esse é  um dos nossos principais desafios hoje", disse Juvândia.
 
 Após a abertura conjunta das reuniões do Itaú e do Santander, Valter  Pomar, ex-secretário de relações internacionais PT e representante do  partido no Foro São Paulo (que reúne partidos de esquerda de toda a  América Latina), fez uma análise da conjuntura internacional e nacional,  na qual previu que a crise mundial, que abala principalmente os países  mais desenvolvidos, "vai se agravar muito e rapidamente".
 
 Pomar alertou sobre os muitos riscos de retrocesso ao que ele denomina  de "equilíbrio instável" na América Latina, mas ao mesmo tempo enxerga  com otimismo o futuro da região, "que trilha um caminho próprio  interessante e supera aos poucos o neoliberalismo. Mas só tem futuro uma  integração de fato da América Latina", advertiu.
Fonte: Contraf-CUT
