Contraf-CUT defende campanha mundial contra assédio moral e metas abusivas

18/03/2011 - Por Bancários CGR

A Contraf-CUT propôs nessas quinta-feira, 17, que a UNI Finanças encampe mundialmente a campanha Menos Metas, Mais Saúde e lute pela assinatura de acordos de combate ao assédio moral, iniciativas dos bancários brasileiros. A proposta foi feita pelo secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Plínio Pavão, durante sua exposição nesta quinta-feira, 17, na Conferência Mundial da UNI Finanças, em Lisboa.

A exposição aconteceu dentro do painel Orientação Financeira Correta - Condições de Trabalho Dignas. O foco principal da fala do dirigente foi a questão das metas. "As discussões durante a conferência deixaram claro que se trata de um problema que preocupa bancários do mundo inteiro", explica Plínio. "Os bancários são pressionados a vender, não importa que produto ou para quem estão vendendo. Isso se traduz em pressão sobre os trabalhadores, gera assédio moral e outras formas de violência. Essa combinação adoece o trabalhador. É o que estamos identificando no Brasil", resume.

Estatísticas mostram o aumento das doenças mentais entre os bancários brasileiros. Segundo dados do INSS, entre janeiro e junho de 2009, 6.800 bancários foram afastados por motivos de saúde. Entre estes, em 2.030 casos o motivo foi LER/Dort e em 1.626 o problema apresentado foram doenças mentais, como depressão, síndrome do pânico e outras. "As doenças psíquicas já motivam quase 25% dos afastamentos na categoria, um índice altíssimo. Essa situação precisa ser combatida e para isso os trabalhadores precisam intervir no modo de produção do banco", afirma.

Plínio defendeu que se façam mundialmente debates com especialistas sobre o tema, de forma a sensibilizar os trabalhadores e a sociedade. "A marca da campanha Menos Metas, Mais Saúde pode ser adotada para que se façam campanhas unificadas em todo o mundo, com produção de cartazes, cartilhas e outros materiais", afirmou. "Além disso, é fundamental que se busque, sempre que possível, levar o tema para mesas de negociação e assinar cláusulas de combate ao assédio moral e outras práticas, como conquistamos recentemente no Brasil".

Fonte: Contraf-CUT

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