A PF apresentou também as novas normas do comunicado de tentativa de lavagem de dinheiro por parte das empresas transportadoras de valores. Foi criado um novo sistema de comunicação e, a partir de agora, as empresas estarão obrigadas a preencher seus relatórios periodicamente.
Em seguida a Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Valores (ABTV) explicou como as empresas de transporte de valores estão se atualizando no sentido de cumprir o novo sistema da PF e identificar tentativas de lavagem de dinheiro. Citou inclusive que, a partir dessas investigações, foi gerada uma das fases da Lava Jato que culminou em inquérito, mas sem citar quais os implicados.
O representante do Sindicato dos Empregados de Transporte de Valores (Sindivalores) disse que passou por situação em que foi enviado para transportar R$200 mil para um endereço, mas chegando ao local era uma casa abandonada e em seguida chegou um carro com 4 pessoas armadas para receber o dinheiro.
Acrescentou ainda que os vigilantes muitas vezes ficam expostos por transportarem valores muito acima do que é permitido (no caso 20mil ufirs em carro leve), mas que as empresas o fazem assim mesmo. É necessário ouvir os trabalhadores que são os que estão na ponta do transporte dos valores.
Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contaf-CUT), que apesar da denúncia dos vigilantes, a empresa entregou o dinheiro após instada pelos trabalhadores. E que esse foi só um dos casos entre muitos que acontecem.
“Apesar da maioria das pautas dizerem respeito aos vigilantes e transportes de valores, são assuntos que nos dizem respeito também pois o trânsito de numerários sempre tem origem em uma agência bancária ou vice e versa, além do que o assunto dos cofres é uma pauta que está sendo debatida em nossa mesa temática com a Fenaban e entendemos que o assunto ainda não está esgotado”, disse Elias Jordão
O representante da ABTV informou que não tem como tomar ciência e pedir regularização se não for comunicada pela empresa.
Outro ponto debatido foi o sistema de injeção de poliuretano, com apresentação de um vídeo e a discussão sobre a ação contra o sistema, foi julgada improcedente.
O presidente da Confederação Nacional de Vigilantes & Prestadores de Serviços (CNTV) lembrou da legislação vigente para o manuseio dos produtos, inclusive com apresentação de laudo técnico, mas que as empresas não utilizam e ainda não deram resposta. Informou ainda que já houve casos de acionamento acidental do procedimento e que o técnico que elaborou o laudo poderia ser convocado para falar a respeito.
A PF informou que, como o (Grupo de Trabalho) já está encerrado, vai ser divulgado um relatório final sobre o assunto em 2 semanas.
Em relação ao GT de transporte de valores, foi dito que apesar de ter caminhado para um relatório em que mostra as convergências, as discordâncias são sensíveis e que resultam em perda de vidas.
Foi cobrado também que o treinamento seja mais aprimorado para que os trabalhadores estejam mais protegidos e que os valores transportados em carros fortes tenham um limite mais baixo o que não ocorre hoje.
Finalmente foi feita uma denúncia de que alguns carros fortes de empresa que faliram, estavam abandonados e foram furtados. Eles mesmos podem estar sendo usados para transportar armas e drogas sem que as autoridades tenham conhecimento.