Contraf-CUT quer discutir ajustes dos bancos com ministro da Fazenda
07/12/2012 - Por Bancários CGR
A Contraf-CUT enviou nesta quinta-feira (6) uma carta ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, pedindo uma audiência, "a fim de que possamos discutir o processo de reestruturação no sistema financeiro, buscando medidas para garantir a proteção do emprego dos bancários e a defesa dos interesses da sociedade brasileira". O ofício é assinado pelo presidente Carlos Cordeiro e o secretário de imprensa Ademir Wiederkehr.
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"Estamos muito preocupados com o processo em andamento de reestruturação no sistema financeiro, que está provocando milhares de demissões de bancários e ocasionando profundas incertezas para o emprego da categoria, a ampliação do crédito e a qualidade de atendimento da população", justifica o documento.
A entidade cita os ajustes em curso no Itaú, Santander e Citibank. Apesar do lucro de R$ 10,1 bilhões nos primeiros nove meses do ano, o maior banco privado do país cortou 7.831 postos de trabalho no período, sendo 2.090 no terceiro trimestre. O Citibank anunciou na quarta-feira (5) o fechamento de 14 das 98 agências no Brasil.
Já o Santander Brasil atingiu lucro gerencial de R$ 4,7 bilhões até setembro, o que representa 26% do resultado mundial do banco espanhol. Nenhum outro país apresentou tanto ganho para a instituição como o Brasil. "Para surpresa geral, o banco deflagrou nesta semana um processo de demissões em massa", denuncia a Contraf-CUT.
"Como se não bastasse, os resultados da 14ª Pesquisa de Emprego Bancário, feita com base nos dados do Caged pela Contraf-CUT e Dieese, revelaram que a rotatividade continua sendo alta nas instituições financeiras", salienta a correspondência.
A Contraf-CUT alerta que "esses ajustes no sistema financeiro estão ocorrendo após a política acertada de redução das taxas de juros, do spread e das tarifas bancárias que o governo federal vem adotando para ampliar e baratear a oferta de crédito, a fim de que os bancos ofereçam serviços compatíveis com o padrão internacional".
"Desta forma, é inaceitável que os trabalhadores paguem a conta desses ajustes dos bancos para manter os seus lucros gigantescos e continuar se apropriando da renda do país, na contramão da política de crescimento com desenvolvimento econômico e social, inclusão e redução das desigualdades".
Para a Contraf-CUT, "os bancos, enquanto concessões públicas, precisam contribuir com o desenvolvimento sustentável do país. Para tanto, é necessário que eles garantam contrapartidas para a sociedade pelos excelentes resultados que vêm acumulando no país, como abertura de mais vagas, fim da rotatividade e melhores condições de trabalho, bem como mais oferta de crédito com juros menores para incentivar a produção e o consumo, a geração de novos empregos, a distribuição de renda e o combate à miséria".
Fonte: Contraf-CUT