Contraf-CUT rechaça discriminação no 1º Fórum Febraban de Diversidade
30/06/2011 - Por Bancários CGR
A Contraf-CUT rechaçou as discriminações nos bancos, durante o 1º Fórum  Febraban de Diversidade, que aconteceu na segunda-feira (27), em São  Paulo. Apesar das políticas implementadas pelas instituições  financeiras, os trabalhadores continuam lutando por igualdade de  tratamento e oportunidades na contratação, na remuneração e na ascensão  profissional.
 
 Segundo a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro,  que participou da mesa redonda Perspectivas e Desafios da Diversidade, a  luta contra as discriminações não tem mais volta. "Estamos chegando a  um grau de conscientização na sociedade de que as empresas que  discriminam precisam ser boicotadas", afirmou.
 
 Apesar dos avanços já conquistados pelos bancários, Deise disse que  ainda há muito caminho pela frente, falta transparência e o momento não é  o de baixar guarda. "Os bancos assumem compromissos e fazem publicidade  em relação às suas iniciativas no campo da diversidade, mas eles não  nos mostram resultados efetivos, números que provem na prática o que  dizem", frisou. 
 
 "Paga-se menos para as mulheres e os negros que assumem cargos com  baixos salários e assim por diante", denunciou. "Os bancos lucram com  essa política discriminatória", ressaltou Deise.  
 
 A diretora da Contraf-CUT apontou que o processo de bancarização sem  bancários está aumentando a transferência de serviços bancários para os  correspondentes e excluindo milhares de trabalhadores. "Essa estratégia  dos bancos está fazendo com que as políticas de igualdade de  oportunidades abarcarão cada vez mais um número menor de pessoas",  salientou. "Temos que brecar a terceirização e a precarização do  trabalho, pois isso irá trazer ainda mais desigualdade de direitos e  oportunidades", alertou. 
 
 Uma luta que vem de longe
 
 Deise enfatizou que a pauta de igualdade de oportunidades nos bancos não  veio de forma espontânea. "Pelo contrário, as instituições financeiras  demoraram a admitir a necessidade de debater a questão e o assunto  começou a ser pautado por meio da pressão exercida pelas entidades  sindicais", lembrou. "Nossa história neste tema é longa, sendo que em  1998 o eixo da campanha salarial foi `Igualdade e Oportunidade`". 
 
 A dirigente sindical recordou ainda outros momentos decisivos nessa  luta. Em 2000, a Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT),  antecessora da Contraf-CUT, encomendou ao Dieese a pesquisa "O Rosto do  Bancário", que traçou pela primeira vez o perfil dos trabalhadores da  categoria.  
 
 Em 2001, foi criada a mesa temática de "Igualdade e Oportunidade" junto à  Fenaban. Além disso, os bancos foram cobrados pelo Ministério Público  do Trabalho, em 2005. "Outros atores sociais também participaram desse  processo, como os movimentos sociais", observou Deise. 
 
 A urgência na concretização das políticas que garantam a igualdade de  oportunidades foi reforçada pela diretora da Contraf-CUT. "Os bancos  precisam sair do campo das intenções e apostar nas negociações e na  construção de acordos com os trabalhadores", defendeu. 
 
 Respeito à mesa de negociações
 
 A dirigente sindical chamou os bancos a assumirem a responsabilidade de  respeitar o espaço privilegiado de debates e negociações, em particular a  Mesa Temática de Igualdade de Oportunidades, cuja primeira reunião em  2011 será realizada no próximo dia 8 de julho, após quase um ano sem  discussões sobre essa importante agenda dos trabalhadores.
 
 "Existem diretrizes e normas que valorizam a existência das mesas de  negociações. Apesar dos avanços, percebemos é que ainda existe falta de  seriedade das instituições financeiras frente aos imensos desafios para  negociar e construir soluções para acabar com as discriminações",  observou.
 
 Deise citou como exemplo o anúncio feito pela Febraban, no final de  maio, da implantação da ferramenta de recrutamento online de  trabalhadores, disponível em seu site.  A medida foi anunciada à  imprensa de maneira unilateral, ignorando que o instrumento era uma das  nove propostas apresentadas pela Contraf-CUT, federações e sindicatos  nos debates da mesa temática, como forma de democratizar o acesso aos  bancos e evitar qualquer tipo de discriminação nas contratações. 
 
 "Quando a Febraban age dessa forma desqualifica um espaço de negociação,  que foi uma conquista dos bancários e que está na pauta de  reivindicações de outras categorias", frisou Deise. 
 
 Relações Compartilhadas
 
 A dirigente da Contraf-CUT avaliou positivamente a observação da  representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Fórum,  que destacou a importância da paternidade responsável. Os bancários  defendem a proposta da ampliação da licença paternidade para 90 dias,  dentro da visão de conciliar a maternidade e a paternidade com o  trabalho produtivo. 
 
 "Nossas reivindicações estão de acordo com a linha de defesa feita pela  representante da OIT no Fórum. Estamos na vanguarda desta discussão e  estamos levando este debate aos bancos. A responsabilidade de manter a  casa e criar os filhos deve ser dividida igualmente entre homens e  mulheres", apontou Deise. 
 
 Participação
 
 O Fórum, que integra as ações do Programa Valorização da Diversidade da  Febraban, contou com a participação de dirigentes de vários sindicatos  de bancários, como Magna Vinhal (Patos de Minas/MG), Angela Savian  (Piracicaba/SP), Marcelo Abrahão (Piracicaba/SP), Adilma Nunes (Rio de  Janeiro) e Rosane Alaby (Brasília), além de Iracini Veiga (Feeb RJ/ES).  Também compareceram representantes de organismos internacionais do setor  empresarial.
Fonte: Contraf-CUT
