Contraf/CUT retoma negociação com Santander e Real sobre garantia de emprego
07/01/2009 - Por Bancários CGR
Nesta terça-feira, dia 6, a Contraf/CUT e os sindicatos retomaram as negociações com os bancos Santander e Real sobre o processo de fusão. A defesa dos empregos e direitos é tema central para os trabalhadores, buscando a abertura de vagas na rede de agências para evitar demissões.
Na reunião, os representantes dos trabalhadores apresentaram diversas propostas para os negociadores dos dois bancos, que ficaram de trazer uma resposta na próxima rodada de negociação que está agendada para o dia 22 de janeiro.
Esperamos que o banco apresente propostas concretas para as demandas dos trabalhadores na próxima negociação, pois a fusão está em andamento e não aceitamos demissões, como ocorreram em outros processos de incorporações e privatizações, afirma Paulo Stekel, diretor executivo da Contraf/CUT e funcionário do Santanter.
Deise Recoaro, secretária de Formação da Contraf/CUT e funcionária do Real, considera fundamental a manutenção dos empregos. As demissões trazem um custo não somente individual para o trabalhador, mas também social, pois afetam diretamente a possibilidade de desenvolvimento econômico com a diminuição de consumo e por conseqüência da produção, avalia. As reivindicações do movimento sindical vão nesse sentido, como o centro de realocação e a licença pré-aposentadoria, conhecida como `pijama`, afirma.
Veja os principais temas discutidos:
Aditivo à convenção coletiva
Em relação à reivindicação das entidades sindicais de extensão do aditivo do Santander para o Real, o banco concorda em firmar um aditivo, estendendo as cláusulas existentes no aditivo do Santander e respeitando a cultura e a prática do Real.
Plano de previdência
O banco informou que há um estudo em andamento destinado aos funcionários que não possuem plano de previdência complementar, os sem-prev. Nada será alterado neste momento em relação aos planos existentes no Grupo Santander Brasil.
O banco assegurou que qualquer mudança será debatida previamente em mesa de negociação com as entidades sindicais.
Plano de saúde
O banco afirmou que não tem estimativa de mudanças. Os planos de saúde hoje existentes, como Cabesp, Unimed e Bradesco Saúde, são separados. O banco afirma que preza pela qualidade de serviços, que será preservada.
O banco assegurou igualmente que qualquer mudança será debatida antes em mesa de negociação com as entidades sindicais.
Licença remunerada pré-aposentadoria
Em relação à reivindicação das entidades sindicais de criação de licença remunerada pré-aposentadoria, visando a abertura de vagas para evitar demissões e garantir acesso à aposentadoria, o banco informou que as conversas internas têm evoluído, faltando análises jurídicas para a definição de uma cláusula, a ser incluída nos dois aditivos. O banco apresentará uma proposta no próximo dia 22 de janeiro, com premissas e desenhos.
Incentivo à aposentadoria
Em resposta à reivindicação dos trabalhadores de um plano de incentivo à aposentadoria para quem está aposentado ou já reúne condições de se aposentar, o banco afirmou que estuda a concessão de uma forma de indenização.
As entidades sindicais reivindicaram também a extensão do plano de saúde, que muitos funcionários não levam para a aposentadoria, e a continuidade do pagamento do vale-alimentação. O banco dará resposta na próxima reunião.
Programa Venha Trabalhar na Rede
O banco expôs o andamento do programa de realocação, reivindicado pelas entidades sindicais que objetiva a captura de vagas existentes na rede e a sua disponibilização para os funcionários das áreas administrativas, visando evitar demissões.
O banco informou que na primeira fase do programa ocorreram 521 inscrições, sendo 142 do Santander e 379 do Real. Desse total, 46 já foram realocados e os demais estão sendo analisados. Haverá a abertura de uma nova fase de inscrições em fevereiro.
As entidades sindicais reivindicaram a concessão de auxílio-deslocamento em caso de transferência para preencher vagas em outros municípios e estados.
Cipeiros
As entidades sindicais reivindicaram a manutenção da estabilidade no emprego dos cipeiros pelo período que falta para completar um ano de mandato e mais um ano após, nos casos de fechamento de unidades e transferências por interesse do banco. O banco dará resposta na reunião do dia 22.
Call-center
O banco afirmou que não existe alteração prevista neste momento envolvendo os processos e os sistemas de call-center. O banco assegurou novamente que qualquer mudança será debatida com antecedência em mesa de negociação com as entidades sindicais.
Fonte: Contraf/CUT, com Seeb Porto Alegre