Desencontro de informações preocupam bancários da UOP BB
15/05/2020 - Por Bancários CGR
A UOP é uma unidade do Banco do Brasil que tem característica de diretoria. Sob sua subordinação estão os CENOP’s e PSO’s. As PSO são responsáveis pelos caixas e tesourarias das agências de todo o país.
Uma das queixas aponta que alguns gerentes tem entrado em contato com colegas de declararam morar com pessoas do grupo de risco para Covid-19, oferecendo-lhes a possibilidade de retornar ao trabalho, caso haja mudança ou alteração da “situação” do afastamento.
Esse tipo de consulta ao funcionário afastado por autodeclaração contraria as orientações que o Banco do Brasil tem divulgado aos seus gestores, e aos compromissos que o BB adotou com os funcionários nas negociações com o movimento sindical.
Há reclamações em relação a cobrança de metas de negócios, com insinuações de falta de comprometimento dos funcionários pelo não atingimento dos resultados, demonstrando falta de respeito e empatia, situação em que não se está levando em consideração a conjuntura social do país e a crise sanitária causada pelo combate ao coronavírus, indo na contramão do que o Banco do Brasil tem preconizado nas negociações com os sindicatos.
Uso irregular do banco de horas
Outra reclamação se refere ao fato de que, em algumas unidades, estão sendo utilizados o banco de horas positivo dos funcionários para abonar horas já flexibilizadas, em consoante com as medidas de contingenciamento e segurança para atendimento bancário, já adotadas em todas as unidades do banco. Ou seja, o BB já assegurou o abono, sem necessidade de utilizar o banco de horas, em negociação junto à Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, e no comunicado interno – Informe Coronavírus n.6.
“Achamos muito ruim criar alguma forma de punição para aqueles que estão na linha de frente atendendo a população com essa questão da utilização do banco de horas, e também vemos de forma muito negativa qualquer pressão para o retorno dos colegas que declararam que moram com pessoas dos grupos de risco e estão em casa, porque a ideia seria não colocar em risco a vida dos familiares desses colegas que se dedicam à empresa”, protestou João Fukunaga, coordenador da CEBB.
Reforço das orientações corretas
Na terça-feira (12), o movimento sindical se reuniu com a Administração da PSO, em São Paulo SP, a fim de buscar solução e ajustes para as denúncias. Na reunião, o Comitê de Administração da PSO assegurou que não há nenhuma maneira distinta de tratar esses assuntos longe do que o Banco do Brasil já vem adotando, como medida para proteger trabalhadores e cliente, mas se comprometeu a reforçar as orientações corretas do banco junto aos seus gestores, enquanto mantém canal permanentemente aberto para recepcionar as reclamações dos funcionários via sindicatos, no sentido de dar o devido tratamento e solução.
Nessa ocasião, foi solicitada, também, a atenção da administração da PSO quanto à possibilidade de se evitar utilizar as férias futuras dos trabalhadores ou, se o caso for imprescindível, fazê-la com a devida parcimônia, em períodos inferiores a 15 dias, a fim de assegurar algum tempo de descanso futuro para os funcionários.
“Consideramos um ato de maldade obrigar o trabalhador a cumprir, logo de imediato, o saldo futuro de 30 dias de férias para o período em aquisição, embora amparado na Medida Provisória 927 do governo federal e nas orientações do BB. Por esse critério, o funcionário ficará em torno de dois anos e meio ininterruptos sem férias, o que poderá comprometer sua saúde, causando esgotamento e perda de produtividade”, avaliou Getulio Maciel, dirigente sindical da Fetec-CUT/SP e representante da CEBB.
“O que nos causa mais estranhamento é o fato de que, principalmente, não há nenhuma orientação oficial de qualquer diretoria do Banco do Brasil sobre a forma de tratar esses assuntos”, ressaltou Fukunaga.
“O fato é que, a Diretoria de Gestão de Pessoas do BB já tem conhecimento dessas situações e está buscando compreender essas denúncias para devida correção e alinhamento dos rumos que estão sendo tomados para salvaguardar o funcionalismo nesse momento de pandemia”, acrescentou o dirigente.
Qualquer reclamação de descumprimento dessas orientações devem ser encaminhadas para os sindicatos, para que os mesmos encaminhem as demandas ao banco, para a devida regularização, conforme acordado entre os sindicatos e as áreas de Gestão de Pessoas, PSO’s e o Comitê de Gestão de Crise.
Fonte: SPBancários, com edições da Contraf-CUT