Dirigentes sindicais do Nordeste se preparam para negociar com bancos privados
17/12/2010 - Por Bancários CGR
Dirigentes sindicais ligados ao Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC em todo o Nordeste se reuniram nessa terça-feira, 14 de dezembro. O objetivo foi trocar informações sobre a realidade, os problemas e as demandas de cada estado e se preparar para as negociações permanentes com os bancos. Em fevereiro de 2011, haverá um encontro nacional, para definir a pauta e estratégias de negociação em cada um destes bancos. Confira alguns pontos tratados em cada encontro:
Bradesco - Os bancários do Bradesco no Nordeste querem priorizar em 2011 a luta pela melhoria no Plano de Saúde. Entre os objetivos, eles querem garantir a continuidade do plano após a aposentadoria. E vão procurar uma consultoria técnica para elaboração da proposta dos trabalhadores.
Em relação ao auxílio-educação, os dirigentes sindicais pretendem elaborar uma pesquisa com mos bancários, para ter ideia de quantos funcionários seriam beneficiados com esta conquista.
Outro ponto de pauta na reunião foram os chamados PAAs, que funcionam com estrutura precária e sem qualquer segurança. A proposta é ampliar a pressão para que eles sejam transformados em agências, e efetuar denúncias ao Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal, diz o presidente do Sindicato e funcionário do Bradesco, Rostand Lucena.
Itaú Unibanco - No Itaú, dois pontos foram os eixos da discussão entre os dirigentes sindicais do Nordeste. O primeiro foram os problemas decorrentes da fusão entre as empresas. E são muitos: transtornos nas reformas; demissões injustas, decorrentes de auditagens erradas, por incompreensão contábil devido à virada do sistema; aumento das metas e pressão; dificuldades nas relações interpessoais por discriminação contra os empregados que vêm do Unibanco.
Os representantes dos trabalhadores decidiram intensificar a pressão por mais contratações na área operacional.
Também vão solicitar do banco o organograma atual de cargos e funções do Itaú Unibanco e a relação de benefícios de cada banco antes da fusão, para análise comparativa. A segurança foi o segundo problema mais citado: Em todos os estados do Nordeste, o banco está retirando as portas giratórias e diminuindo os investimentos na segurança, denuncia o diretor do Sindicato e funcionário do Itaú Unibanco, Luciano Tasso.
HSBC - Uma das preocupações relatadas pelos dirigentes sindicais do HSBC diz respeito ao PPR - Programa de Participação nos Resultados. A forma de repasse do programa foi alterada pelo banco, sem a participação dos representantes dos trabalhadores. Ou seja, ninguém sabe o que vem em 2011. Também foi definida como prioridade a reivindicação por previdência complementar.
Outro problema citado é que o banco vem diminuindo, nos últimos dois anos, o diálogo com os sindicatos. Então, é necessário pressionar para retomar o diálogo e exigir mais contratações. A falta de valorização dos funcionários por parte do banco está fazendo com que muita gente aproveite o momento de aquecimento do mercado para procurar outras oportunidades, o que tem aumentado o número de pedidos de demissão, sobretudo na área gerencial, afirma o secretário geral do Sindicato e funcionário do HSBC, Esdras Luciano.
Santander - Os dirigentes sindicais do Nordeste pretendem articular um dia de luta para denunciar o abuso de metas para caixas e pessoal da retaguarda no Santander. Outras propostas aprovadas são a realização de pesquisa sobre o atendimento da Odontoprev e de levantamento sobre as condições de segurança das agências, além da criação de uma rede de comunicação entre os dirigentes.
Durante a reunião, os representantes dos trabalhadores levantaram problemas como o rebaixamento da comissão de função quando da aplicação do reajuste no piso, assunto que será tratado em negociação do Grupo de Trabalho do Santander no dia 17.
Outras denúncias foram quanto à existência de salários diferenciados para a mesma função e aumento da rotatividade. Muitos bancários estão saindo para bancos concorrentes, o que revela a insatisfação e falta de valorização por parte do Santander, afirma o secretário de finanças do Sindicato e funcionário do Santander, Carlos Carvalho.
Em Pernambuco, também há denúncias de que, durante conferência realizada pelo banco, os empregados foram responsabilizados pela perda da folha de pagamento dos servidores do estado.
Questões referentes aos planos de previdência Bandeprev e Holandaprev também foram tratadas na reunião, assim como a discriminação contra empregados oriundos do Bandepe.
Fonte: Seeb-CGR