Encerrado prazo para que bancos se adéquem ao Projeto-piloto de Segurança Bancária
15/08/2013 - Por Bancários CGR
Terminou nesta quarta, 14 de agosto, o prazo para que os bancos adéquem suas instalações ao Projeto-piloto de Segurança Bancária. Embora boa parte dos equipamentos previstos já tenham sido instalados, o Sindicato constatou várias falhas. Questiona, também, a ausência de várias unidades na lista de agências que integrarão o projeto, apresentada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) no final de junho.
Segundo o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, os bancos excluíram da relação todas as agências voltadas a um segmento exclusivo, tipo as Personalité e Prime. Unidades localizadas no interior de shoppings também ficaram de fora. A gente também questiona a exclusão dos PABs que têm atendimento ao público, muitos deles localizados em áreas de risco e alvos constantes de assaltos. É o caso do PAB do Itaú no Mercado Eufrásio Barbosa e no estacionamento da Clínica São Marcos, afirma o dirigente.
Segundo ele, estes questionamentos serão levados à primeira reunião do Grupo de Acompanhamento do projeto, que será formado por representantes da Febraban, de cada banco, do Sindicato, Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Ministério Público e Secretaria Estadual de Segurança Pública. A composição do grupo foi tema da última negociação sobre segurança, já dentro da Campanha Nacional dos Bancários (leia aqui). Os nomes dos integrantes ainda não foram definidos, assim como a data da primeira reunião.
Outro ponto que o Sindicato também levará a este encontro são as falhas existentes na instalação dos equipamentos de segurança. Uma pesquisa minuciosa está sendo realizada pelos dirigentes sindicais em cada uma das agências incluídas no projeto. Embora os dados ainda não estejam completos, alguns problemas já foram identificados. É o caso da inadequação na instalação de biombos, por exemplo. Em várias agências, sobretudo do Itaú, a gente percebe que os biombos foram colocados só para se ajustar à lei, mas não cumprem sua função de garantir a privacidade nas operações, afirma o secretário de Formação do Sindicato, João Rufino.
Outra falha diz respeito aos guarda-volumes. Na Caixa, o equipamento ainda não havia sido instalado nas agências. O banco, entretanto, garante que o pedido já foi feito e, em breve, as unidades estarão equipadas com guarda-volumes. Em alguns outros bancos, embora tenha sido instalado, o equipamento tem falhas, seja na localização, seja nas exigências para utilização. Em algumas agências, por exemplo, é preciso o cartão do banco para usar o guarda-volumes. Ou seja, só o cliente pode dispor do equipamento, critica Rufino.
Um ponto que vem sendo corretamente cumprido pelos bancos diz respeito às câmeras. Todas as agências que vem sendo visitadas pelo Sindicato já instalaram o equipamento, tanto no ambiente interno quanto externo. No que se refere aos vigilantes, o número de seguranças ainda é inferior ao que se exige na lei em agências que dispõem de mais de um pavimento. Outro problema é o desvio de função. Sobretudo na área de autoatendimento, como o vigilante não dispõe de uma cabine, acaba funcionando também como prestador de informações, o que dificulta seu trabalho.
O acordo - O acordo para implantação do projeto-piloto de segurança bancária foi assinado no dia 14 de maio e incluído, pelo governador do estado, no programa Pacto pela Vida (leia aqui). Prevê a instalação - em 261 agências de Recife, Olinda e Jaboatão - de portas de segurança com detectores de metais, câmeras internas e externas, biombos entre a bateria de caixas e as filas, guarda-volumes, vigilantes com coletes balísticos e armados de acordo com a Lei 7.102/83 e cofre com dispositivo de retardo. Um prazo de três meses foi dado para adequação das agências.
O projeto-piloto é inédito e representa um avanço importante, porque contempla antigas reivindicações dos bancários. O próximo passo é estendê-lo para outros municípios do estado e do país. Já estamos, inclusive, em contato com parlamentares do município de Paulista, para que uma Lei Municipal, de teor semelhante a que existe em Recife, seja apresentada e aprovada, informa Rufino.
A conquista do projeto-piloto teve início com a sanção da Lei de Segurança Bancária do Recife. Depois disso, a adesão de parceiros como o Ministério Público e os órgãos de fiscalização do município foi essencial para garantir a conquista, consolidada na Campanha Nacional do ano passado.
Fonte: Fabiana Coelho - Seec PE