Encontro de bancos privados começa com análise da crise internacional
10/02/2009 - Por Bancários CGR
Apesar de continuarem apresentando resultados extremamente positivos, os bancos estão utilizando a crise internacional como desculpa para demitir. Essa preocupação esteve presente nas falas dos dirigentes que participaram da mesa de abertura do Encontro Nacional de Dirigentes de Bradesco, Santander e Real, organizado pela Contraf/CUT. O evento teve início na noite desta segunda-feira, dia 9, em Atibaia, São Paulo.
Este encontro está acontecendo em um momento importante, por conta da crise internacional. Considero os dirigentes que aqui estão privilegiados de poderem fazer a discussão num momento como esse, disse Carlos Cordeiro, secretário geral da Contraf/CUT. Ele afirmou também que essa situação deve ser considerada na discussão dos temas das mesas permanentes de negociação, que será realizada a partir de amanhã pelos dirigentes de cada banco. Temos que pensar também se os temas que discutimos o ano inteiro são os que interessam aos bancários. Há muitos trabalhadores jovens, com menos de cinco anos de banco, enquanto os dirigentes têm mais de dez anos, disse.
Representando a Comissão de Organização de Empresa do Bradesco, a secretária geral do Sindicato dos bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, lembrou que tanto Bradesco como Santander-Real divulgaram lucros altos para o ano de 2008, e isso acontece num momento em que a imprensa fala de crise o tempo todo e empresários falam de cortar direitos. Nós não vemos crise no sistema financeiro nacional, e temos que considerar essa situação em nossa atuação como dirigentes. Ao mesmo tempo, os bancos estão demitindo e querendo utilizar a crise para justificar essas demissões, afirmou.
O diretor da Contraf/CUT Paulo Stekel, representando a COE Santander, concordou. Precisamos perguntar a Santander e Real o que eles estão fazendo no Brasil. O sistema financeiro brasileiro não tem crise nenhuma. O que existe no caso de Santander e Real é uma fusão entre dois bancos que estão tentando justificar demissões, afirmou.
Para Arilson Silva, presidente do Sindicato dos Bancários do Mato Grosso e representante da COE Real, o mais importante é que os dirigentes lutem para defender os direitos dos trabalhadores. Os bancários precisam ser protegidos dessa direção do banco, que quer demitir, afirmou.
Fonte: Contraf-CUT