Engrenagem prejudica empregados da Caixa

15/07/2013 - Por Bancários CGR

Banco não quer pagar horas extras, pressiona para que bancários as compensem e não melhora condições de trabalho. Negociação cobrou soluções

altSão Paulo – Os empregados da rede de agências da Caixa Federal foram envolvidos numa verdadeira engrenagem, na qual são constantemente pressionados e prejudicados.  Essa e outras situações relativas às condições de trabalho foram discutidas na negociação de sexta-feira 12, entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e a direção da Caixa Federal.

Na reunião, os dirigentes criticaram o IHE (Índice de Economia de Hora Extra) descontado na AV Caixa (Avaliação de Desempenho) da agência que não consegue  que seus empregados compensem as horas que extrapolam a jornada. “Como compensar horas se os bancários não dão conta da demanda crescente? Isso é um absurdo! Somos contrários a que os empregados façam horas extras de forma recorrente, mas quando as fazem têm de receber. Assim, os empregados ficam metidos numa engrenagem montada pela Caixa da qual não conseguem sair”, afirma o dirigente sindical Dionísio Reis.

A CEE reivindicou que fosse retirada a vinculação do IHE da avaliação de desempenho, o pagamento das horas extras e a contração de mais empregados para as agências. A Caixa ficou de avaliar a reivindicação, mas assegurou que na unidade com apenas um tesoureiro, esse trabalhador receberá horas extras e deverá ficar fora da avaliação.

Sobre contratações, a Caixa divulgou que até junho deste ano 4.249 novos empregados tomaram posse na empresa, cujo quadro chegou a 95.632. “O compromisso do banco é totalizar 99 mil trabalhadores até o final de 2013. No entanto, se não ocorrer mudança no modelo da empresa, que inaugura agências com poucos trabalhadores, esse número será insuficiente”, destaca Dionísio.

Ranking é proibido – Os representantes dos trabalhadores também denunciaram a divulgação de ranking de desempenho de empregados – entre eles o de avaliador de penhor. Os integrantes da CEE reforçaram que a prática é proibida pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Nesse caso, a empresa se comprometeu em emitir comunicado proibindo a divulgação. O Sindicato orienta os bancários a denunciar superintendências regionais que prossigam com a exposição irregular dos trabalhadores.

Login único – A Caixa afirmou que até 31 de agosto será adotado o login único em todas as dependências da empresa. A principal reivindicação do movimento sindical é que a senha de acesso seja utilizada em apenas um equipamento. Dessa forma, inibiria a possibilidade de o empregado ter o expediente encerrado em um equipamento, mas ser forçado a prosseguir em outro terminal após sua jornada de trabalho.

O banco também se comprometeu a averiguar a denúncia de que foi desativada a trava do Sipon (sistema de marcação de ponto).   

Segurança – Os representantes da Caixa disseram que irão apurar o fato de o empregado fazer a liberação de clientes na porta de segurança das agências e concordou com a tese dos dirigentes de que essa atribuição é exclusiva das pessoas que cuidam da segurança das unidades.

Saúde – Em relação à garantia de sigilo sobre doença do empregado, a direção do banco afirmou que o trabalhador tem a opção de entregar o atestado na unidade ou encaminhá-lo ao setor responsável.


Jair Rosa 12/7/2013

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