Fim do pesadelo dos torpedos de cobrança de metas
23/10/2013 - Por Bancários CGR
Uma das mais emblemáticas conquistas relacionada à saúde dos bancários da Campanha Nacional de 2013 foi a proibição do envio de SMS para o celular particular dos trabalhadores para cobrar metas e resultados. A prática abusiva e invasiva, implantada por boa parte dos bancos, tornou-se cada vez mais comum nos últimos anos, consolidando-se como mais um instrumento de pressão em cima dos bancários.
Na maioria das vezes, o envio de torpedos de cobranças chegava a ser diário, o que, invariavelmente, gerava angústia, preocupação e ansiedade, comprometendo diretamente a saúde e a qualidade de vida dos bancários. Não à toa o estresse, a fadiga, os distúrbios do sono e os transtornos mentais como a depressão são problemas recorrentes na categoria em todo o Brasil.
A cláusula 36ª da Convenção Coletiva, que proíbe o envio de SMS, deve ser celebrada, pois significa uma importante vitória para a categoria.
Dos 37.097 bancários que responderam à consulta nacional realizada em julho deste ano pelos sindicatos em preparação da Campanha 2013, 24.645 apontaram o fim das metas abusivas como uma das principais reivindicações, o que corresponde a 66,4% daqueles que participaram do levantamento.
Na mesma consulta, 58,2% dos bancários apontaram o assédio moral como um problema crucial relacionado às condições de trabalho dentro dos bancos.
Para Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhor da Contraf-CUT, o fim do SMS, assim como a proibição da divulgação de rankings individuais de desempenho, conquistada em 2011, representam avanços fundamentais no combate ao assédio moral, assim como o aditivo que reduz de 60 dias para 45 o prazo para apuração de denúncias de assédio moral.
"Todas essas conquistas mostram um claro enfrentamento ao objetivo dos banqueiros de transformar os profissionais do sistema financeiro em vendedores, desvirtuando-os de suas reais funções de intermediação financeira, ferindo valores e convicções pessoais dos profissionais que se sentem coagidos a oferecer produtos e serviços inúteis aos clientes", afirma Previtale.
Fonte: Contraf-CUT