A Comissão de Organização dos Financiários rejeitou a proposta apresentada pela Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi) para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A proposta foi enviada nesta sexta-feira (25) depois de mais uma cobrança da categoria para a reabertura das negociações.
Para o primeiro ano de vigência da CCT, a Fenacrefi ofereceu 1,13% de reajuste nos salários e nos salários de ingresso com abono de R$ 1.000,0 e benefícios com reajuste pelo INPC (2,0501%). Já para o segundo ano de vigência da CCT, a oferta é de aumento dos salários, inclusive os de ingresso e benefícios com reajuste de 80% do INPC do período junho/2020 a maio/2021. “Nós sabemos que as financeiras têm condições de melhorar muito diversos pontos apresentados”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Financiários. “Vamos insistir na marcação de uma reunião para discutir em mesa as reivindicações que queremos ter atendidas”, completou.
Quanto à Participação nos Lucros e Resultados (PLR) a proposta foi de fixar como limite o percentual de 5% do lucro líquido para distribuição aos Financiários.
O coletivo rejeitou a proposta de aplicar limitação para distribuição de PLR. “Reivindicamos a manutenção, na íntegra, das regras já estabelecidas na PLR-CCT vencida, apenas para aplicar sobre os valores fixos o valor integral do INPC para ambos os períodos 2020 e 2021.”, explicou o coordenador
As financeiras propuseram ainda adotar Sistema Alternativo Eletrônico de Controle de Jornada de Trabalho, nos termos do art. 74, § 2º da CLT e art. 2º da Portaria nº 373, de 25.02.2011 do Ministério do Trabalho e Emprego para controle da jornada de trabalho de seus empregados, dispensando-se a instalação do Registrador Eletrônico de Ponto – REP. Os trabalhadores rejeitaram prontamente por falta de um debate prévio entre as partes. “Os sindicatos já possuem acordos coletivos com esse tema e não se opõem a tratar com cada financeira, que se interessar em adotar o modelo alternativo de controle de jornada para os empregados”, esclareceu Jair Alves.
Outro pronto da proposta que desagradou a representação dos trabalhadores foi a recusa da inclusão na CCT de um aditivo de combate à violência contra a mulher, com a justificativa de que a legislação já é suficiente. “O coletivo não aceita essa negativa, ainda mais com esta justificativa. Vamos reivindicar que o tema seja tratado em aditivo, para adesão das financeiras”, garantiu Katlin Sales, membra do coletivo.
A comissão irá enviar a resposta negativa para a Fenacrefi e sugerir a marcação de uma reunião, por videoconferência, para continuar as negociações.
Fonte: Contraf-CUT