Funcionários do BB denunciam imobilidade do banco para resolver impactos do Performa
15/08/2022 - Por Bancários CGR
“Quando o banco criou o programa ‘Performa’, em fevereiro de 2020, prometeu que a reestruturação não iria impactar no desenvolvimento da carreira de mérito, portanto na diminuição das verbas salariais dos funcionários. Mas não foi o que aconteceu, como estamos denunciando desde aquela época”, destacou o representante da Fetrafi/MG na CEBB, Rogério Tavares.
A decisão unilateral de extinguir a comissão de caixas, promovida também por um programa de reestruturação do banco, também foi debatido pelos trabalhadores na mesa de negociação. O movimento sindical conseguiu, em fevereiro de 2021, uma liminar na Justiça do Trabalho em Brasília que proibiu o banco de reduzir ou retirar gratificações dos caixas e, ainda, obriga a manter a gratificação de caixas que atuavam na função há mais de 10 anos. A liminar tem validade até o trânsito em julgado da ação na Justiça.
“Nossa reivindicação é que o banco deixe sua parte na ação que provocamos na Justiça e, portanto, mantendo as gratificações”, explicou Getúlio Maciel, representante da Fetec-CUT/SP na CEBB. Os trabalhadores também denunciaram que, apesar da liminar, existem casos em que os trabalhadores de caixa estão sendo realocados para outros departamentos e parando de receber a comissão típica da função.
Já sobre a questão da ajuda para deslocamento, os trabalhadores reivindicam que o banco garanta o ressarcimento integral das despesas de translado, ressaltando a situação de caixas que atuam em várias agências e em cidades diferentes. “Atualmente o banco se baseia em uma instrução normativa que prevê o pagamento da ajuda de custo para o transporte quando a PSO obriga o funcionário a trabalhar em dois lugares, de forma inesperada e num mesmo dia, além do vale transporte previsto, obviamente, em lei. Entretanto, essa ajuda não pode ser acionada quando o funcionário trabalha uma semana em uma cidade e, em outra cidade, na semana seguinte”, pontuou a representante da Feeb-SP/MS na CEBB, Elisa Figueiredo.
Resposta do banco e replica dos trabalhadores
Sobre a ajuda de custo para transporte, o banco insistiu que o cumprimento da atual instrução normativa sobre o tema já é suficiente.
Elisa, entretanto, argumentou de volta: “Insistimos que a ajuda de custo do banco é insuficiente para o caso dos caixas que estão no sistema PSO. Há cidades em que o esquema de transporte tem horários diferenciados, obrigando o trabalhador a buscar alternativas mais caras de translado”, completou.
Na questão do impacto do programa Performa sobre a carreira de mérito, o banco admitiu que existem situações “que extrapolam” e que há uma área gestora cuidando dos casos levados pelos sindicatos.
“Ainda em 2020, o banco reconheceu o problema, mas, passados dois anos e meio, o impacto negativo no holerite desses funcionários ainda não foi solucionado. Isso chama a atenção para a ineficiência da área da empresa que se propôs a resolver esse problema”, respondeu Rogério Tavares.
Por fim, o banco negou que estaria descumprindo a liminar que proíbe reduzir ou retirar gratificações e solicitou que os representantes transmitam os casos denunciados para serem investigados.
Demais reivindicações
Outros pontos ressaltados pela CEBB, relativos às Cláusulas Econômicas foram:
- Que a promoção da carreira de mérito alcance os egressos dos bancos incorporados;
- Pagamento de horas extras e não banco de horas;
- Adiantamento de 50% do 13º salário em fevereiro, podendo a parcela ser solicitada nas férias iniciadas em janeiro e fevereiro;
- Adicional de insalubridade em caso de risco de vida;
- Vale cultura no valor de R$ 217,12 (duzentos e dezessete reais e doze centavos), a ser corrigido pelo percentual que corresponde à reposição da inflação.
Manifesto pela democracia
Ao final do encontro, o coordenador da CEBB, João Fukunaga, leu manifesto dos Funcionários do Banco do Brasil pela democracia, redigido em resposta às críticas do presidente do BB, Fausto Ribeiro, sobre a adesão de setores da sociedade, incluindo da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) à cartas em defesa do Estado Democrático de Direito.Em entrevista coletiva, Ribeiro chegou a alegar que o BB mantem uma posição “neutra” enquanto que as entidades que apoiam os manifestos agem de forma “política”.
“Assinar um documento pela democracia não marca posição a favor de um partido político ou candidato”, respondeu Fukunaga. “Pelo contrário, quando o presidente do BB se manifesta contra atos democráticos ele sim esta tomando um posicionamento político”, completou.
Agenda atualizada das próximas reuniões
Terça-feira – 16 de agosto – Pauta do banco e Representação
Quarta-feira – 17 de agosto – Cláusula Sociais
Fonte: Contraf-CUT