O Grupo Multi, dono da rede de ensino de idiomas Wizard, anunciou ontem a venda de participação minoritária para a Kinea, empresa de investimentos controlada pelo banco Itaú.

A Kinea pagará R$ 200 milhões ao grupo, que também controla as redes de idiomas Skill e Alps, além das escolas de ensino profissionalizante Microlins, SOS e Bit Company. A participação adquirida não foi informada, ,mas segundo a Folha apurou, é inferior a 20%.

Os valores serão provenientes de fundos de private equity (participação em empresas) geridos pela Kinea. O Itaú possui hoje 80% da empresa de investimentos e o restante da participação é dividida entre cinco executivos egressos do fundo AIG Capital Partners, entre eles Cristiano Lauretti, líder de private equity da Kinea.

"A capacidade de segmentação das escolas do Grupo Multi, com ensino direcionado para diferentes públicos, foi o que chamou a atenção da Kinea. Eles serão capazes de absorver o gargalo existente no segmento", diz Lauretti.

Outro motivo para o investimento é o plano de abertura de capital em curto prazo do grupo Multi. "Da mesma forma como no AIG fizemos uma saída com o IPO da (companhia aérea) Gol multiplicando o capital por seis, estimamos fazer com o grupo Multi", afirma.

Embora não tenha uma data certa para a abertura de capital, a expectativa é que o grupo Multi vá à Bolsa ao longo dos próximos dois anos.

Segundo Lauretti, o fundo tem inicialmente R$ 250 milhões em recursos e já pretende realizar outros dois aportes no próximo ano. Os setores que mais interessam são consumo, saúde, educação, varejo, além de equipamentos para infra-estrutura.

De acordo com Charles Martins, presidente do conselho de administração do grupo Multi, do total de recursos aportados pela Kinea, 90% serão destinados a novas aquisições.

"Miramos principalmente sistemas de ensino. Temos algumas conversas em andamento e possivelmente elas podem ser fechadas até o fim do ano", diz.

Com 3.100 escolas entre oito marcas --sendo 50 unidades no exterior, o grupo Multi deve encerrar o ano com faturamento de cerca de R$ 2 bilhões.

Fonte: Contraf/CUT com Folha de São Paulo