Neste final de semana, o povo foi às ruas em várias cidades dos Estados Unidos para lutar por justiça e pelo fim da violência policial. Eles foram motivados pelo assassinato George Floyd em Minneapolis, no estado de Minnesota, na última segunda-feira (25/5). A cena, que revoltou o mundo, é de um policial imobilizando um homem negro e o asfixiando até a morte, enquanto ele dizia, por várias vezes: “I can´t not breathe” (Eu não consigo respirar, em inglês).
Tudo começou quando Floyd, de 60 anos, foi ao mercado Cup Foods e na hora de efetuar o pagamento, o funcionário ligou para a polícia ao desconfiar que a nota era falsa. Assim que chegou, o policial algemou o homem, o colocou de barriga para baixo e o imobilizou com o joelho sobre seu pescoço, impedindo a sua respiração.
George Floyd ficou desacordado e foi levado em seguida por uma ambulância ao Centro Médico do Condado de Hennepin, mas não resistiu e sua morte foi confirmada uma hora depois.
Para o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, é preciso combater a desigualdade e o preconceito existentes no mundo. “São negros e negras que são assassinados todos os dias por policiais. Tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, os dados de crimes contra o povo negro são alarmantes e revelam ainda mais a desigualdade e o preconceito”, afirmou.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no Brasil, a cada três assassinatos, dois são negros. Dados do próprio IPEA e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que 75% das vítimas do país são negras. A taxa, registrada em 2017, corresponde a 65.602 homicídios naquele ano. Desse total, a cada 100 mortes, 75% são de jovens negros de 15 a 19 anos de idade. “Para conter esse genocídio, se faz necessário mudar o enfrentamento contra a violência ao povo negro. Chega de genocídio contra o povo negro, contra a juventude negra! Basta”, exclamou Almir Aguiar.
Fonte: Contraf-CUT