Governo não pode se intrometer nos fundos de pensão, defende Contraf-CUT
25/03/2011 - Por Bancários CGR
Para os trabalhadores associados de planos de previdência complementar,  são um péssimo sinal as tentativas de interferência direta do governo  federal nos negócios e investimentos dos fundos de pensão, sobretudo os  de empresas públicas. Essa história não costuma terminar bem e com  frequência os prejudicados são os trabalhadores, que podem ter seu  futuro e a segurança de seus benefícios de aposentadoria ameaçados.  Recentemente, essa situação apareceu em mais de um episódio - o leilão  da polêmica usina de Belo Monte e o ainda mais questionado trem de alta  velocidade. 
 
 Nos últimos dias, mais um capítulo dessa novela de ingerências vem sendo  construído. A imprensa tem noticiado pressões do governo para demitir  executivos da Vale e interferir diretamente nas decisões de uma empresa  privada, que tem forte participação da Previ, Funcef e outros fundos de  pensão de funcionários de empresas públicas. 
 
 A uma entidade de classe como a Contraf-CUT, não compete palpitar na  gestão de uma empresa, a não ser para defender os interesses de seus  trabalhadores. Mas não podemos deixar de apontar que as decisões sobre  os investimentos dos fundos de pensão e sobre a gestão desses  investimentos cabem única e exclusivamente aos dirigentes desses fundos  enquanto acionistas das empresas.
 
 Ao governo cabe executar políticas públicas no interesse da sociedade,  função que não inclui gerenciar uma empresa da qual não participa  diretamente. Pode e deve exigir dessa empresa tudo o que prevê a  legislação, inclusive naquilo que diz respeito à proteção de seus  trabalhadores. Mas não deve determinar o que a empresa deve fazer, nem  que ela exerça atividades típicas do poder público.
 
 Para a Contraf-CUT, a decisão sobre os investimentos dos fundos de  pensão cabe única e exclusivamente aos seus associados e aos dirigentes  das entidades de previdência, indicados pelas empresas patrocinadoras ou  eleitos pelos trabalhadores. A esses dirigentes cabe zelar para que  sejam aplicados os recursos dos trabalhadores em atividades que garantam  o retorno adequado e o menor risco possível, buscando sempre preservar o  patrimônio que garantirá a sua segurança no futuro pós-laboral.
 
 A Contraf-CUT é favorável a que os fundos de pensão invistam em  atividades produtivas geradoras de emprego e renda, mas não pode aceitar  que nenhum governo determine como, onde e quando esses recursos serão  aplicados, pois nem sempre os interesses de governo coincidem com os  interesses dos associados dos fundos de pensão. E, se alguma coisa der  errado, quem paga a conta são os próprios associados, comprometendo o  valor de suas aposentadorias.
Fonte: Contraf-CUT

