Governo negocia com centrais sindicais fórmula nova para aposentadoria
25/03/2011 - Por Bancários CGR
O governo começou a negociar com as centrais sindicais uma nova fórmula  para o cálculo das aposentadorias dos trabalhadores do setor privado, em  mais uma tentativa de contornar resistências que elas impõem a mudanças  na Previdência Social.
 
 A nova opção do governo é uma fórmula simples, que somaria o tempo de  contribuição e a idade do trabalhador na hora da aposentadoria. Homens  poderiam se aposentar sem sofrer redução dos seus benefícios quando a  soma fosse 95. Mulheres poderiam fazer o mesmo quando a soma desse 85.
 
 A fórmula substituiria o fator previdenciário, mecanismo criado em 1999  para incentivar os trabalhadores a adiar a aposentadoria. As centrais  sindicais pressionam o governo a extingui-lo.
 
 Mas a presidente Dilma Rousseff indicou que só aceita abrir mão dele se  puder substitui-lo por outra fórmula que ajude a conter o rombo nas  contas da Previdência Social, que atingiu R$ 42 bilhões no ano passado.
 
 Por questões políticas, Dilma não quer tomar a iniciativa de propor a  mudança, mas seus assessores informaram aos sindicalistas que ela  aceitaria a nova fórmula se as centrais a apresentassem.
 Em alguns casos, o fator previdenciário provoca reduções de até 40% no  valor dos benefícios para quem decide se aposentar mais cedo.
 
 A nova fórmula, conhecida entre os especialistas como fator 85/95, foi  apresentada pela primeira vez pelo deputado Pepe Vargas (PT-RS) na  Câmara dos Deputados, mas sua discussão foi interrompida em 2008, porque  o governo era contra a ideia.
 
 Cálculos de técnicos do governo sugerem que o fator 85/95 poderia trazer vantagens para os trabalhadores.
 
 Apesar de sinalizar a disposição de negociar o fim do fator  previdenciário, Dilma não quer se empenhar por uma ampla reforma da  Previdência. A presidente acha que ela teria mais custos que benefícios  para seu governo.
 
 Sua equipe estuda mudanças como fixar uma idade mínima de aposentadoria  apenas para o futuro, ou seja, para quem ingressar no mercado de  trabalho após a mudança. A proposta ainda será apresentada à presidente.
 
 Desde sua criação, em 1999, o fator previdenciário gerou uma economia  superior a R$ 15 bilhões para os cofres da Previdência Social.
 
 No governo Lula, o Congresso chegou a aprovar o fim do mecanismo, mas a  proposta foi vetada pelo ex-presidente porque não foi criada outra  fórmula.
 
 Lula chegou a fazer um acordo com os sindicalistas para criar o fator  85/95 na época, mas a ideia não foi levada adiante no Congresso.
Fonte: Contraf/CUT

