Governo quer reduzir fatia do BB no crédito agrícola
28/03/2019 - Por Bancários CGR
Segundo o jornal Valor Econômico, o intuito é diminuir o tamanho do banco público, ‘abrindo mais espaço para atuação de instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais’; banco público é responsável por 60% do crédito agrícola no país e principal financiador da agricultura familiar
O governo Jair Bolsonaro se prepara para reduzir a participação do Banco do Brasil no crédito agrícola. Segundo o jornal Valor Econômico (leia a íntegra da matéria aqui), o intuito é diminuir o tamanho do banco público, “abrindo mais espaço para atuação de instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais”. “Queremos fazer com o BB o que estamos fazendo com o BNDES”, disse ao periódico o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
>Privatização do BB pode prejudicar políticas sociais
Hoje, o Banco do Brasil responde por 60% do crédito agrícola. É responsável por financiar a agricultura familiar por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que responde por 70% da produção de alimento consumido pelos brasileiros, a juros módicos, que variam entre 2,5% e 5,5% ao ano.
Também ouvido pelo jornal, o presidente do BB, Rubem Novaes, que costuma fazer pouco caso da empresa, admite que o banco deve perder participação de mercado. Mas comemora, por outro lado: “A competição é sempre bem-vinda”, declarou.
O banco da agricultura familiar
Para o diretor do Sindicato Ernesto Izumi, funcionário do BB, a tentativa do governo Bolsonaro de reduzir o papel do banco público na agricultura é um atentado à segurança alimentar e ao Brasil. “O BB responde por 60% do crédito agrícola. E a agricultura familiar responde por 70% dos alimentos que vão para nossas mesas. Esta é uma mudança destrambelhada, que vai afetar, inclusive, a balança comercial”, enfatiza.
“Para os funcionários do BB significará novas reestruturações e redução das áreas dedicadas. Se o governo quer fazer mudanças, que abra então o debate com participação de trabalhadores, consumidores, bancos, produtores e governo”, complementa o dirigente.
Redação SP