Além de mergulhar a nação em uma grave crise econômica, com a disparada do preço dos alimentos, desemprego elevado, inflação descontrolada, a política ultraliberal do governo federal destrói todos os programas de inclusão social implementados no Brasil ao longo dos anos.
O descaso é tanto que no país em que mais de 33 milhões de pessoas passam fome, o governo acaba com as políticas públicas para o apoio da agroecologia e agricultura familiar, responsáveis por colocar comida na mesa de milhões de brasileiros.
Programas importantes são sucateados, como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que teve o orçamento reduzido de R$ 1,3 bilhão para apenas R$ 135 milhões. O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que atendia todo o país, agora tem 60% dos recursos destinados para a região Sul. A medida contribui para o aumento da desigualdade regional.
Outras políticas bem-sucedidas em governo anteriores foram descontinuadas. É o caso do Plansan (Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), interrompido em 2020, e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que tem valores congelados desde 2017.
A situação é preocupante. Três em cada 10 famílias enfrentam insegurança alimentar moderada ou grave. Por isso, o estudo “Brasil, do flagelo da fome ao futuro agroecológico” aponta como saída a retomada das iniciativas federais de apoio ao meio rural.