Governo refaz cálculos e salário mínimo deve subir para R$ 625 em janeiro
22/11/2011 - Por Bancários CGR
O salário mínimo deverá ser elevado a R$ 625 em janeiro, segundo novas projeções apresentadas ontem pelo governo ao Congresso Nacional. Até então, os cálculos oficiais apontavam que o valor subiria de R$ 545 para R$ 620. O motivo da revisão é uma estimativa mais realista para a inflação deste ano.
Ao apresentar o projeto de Orçamento de 2012, em agosto, o Executivo optou por uma previsão mais otimista que a dos analistas de mercado para a variação do INPC. Agora, a taxa esperada subiu de 5,7% para 6,3%.
Desde o segundo governo Lula, os reajustes anuais do mínimo têm seguido uma fórmula que combina o INPC acumulado desde o aumento anterior e o crescimento da economia do ano retrasado.
Conforme lei aprovada no início do ano, essa metodologia será seguida, pelo menos, até 2015. Assim, o reajuste programado para janeiro significará o maior ganho real - acima da inflação - desde a adoção da fórmula.
Pelos dados mais atualizados do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Produto Interno Bruto do país cresceu 7,5% no ano passado. Essa taxa ainda pode ser revisada até dezembro.
Considerando as estimativas atuais para a inflação e a variação do PIB, o salário mínimo projetado para janeiro é de exatos R$ 622,73, contra uma projeção anterior de R$ 619,21.
A praxe seguida pela administração petista, no entanto, tem sido a de fixar valores múltiplos de R$ 5 para o mínimo, com o objetivo de facilitar os saques em caixas eletrônicos. Pela legislação, o arredondamento dos valores deve ser sempre para cima.
O novo cálculo deverá elevar em cerca de R$ 1,5 bilhão os gastos previstos com benefícios previdenciários e assistenciais, além de seguro-desemprego e abono salarial.
Pelas contas da área econômica, cada R$ 1 a mais no salário mínimo significa custos adicionais na casa dos R$ 300 milhões ao ano.
Nas projeções apresentadas ao Congresso, o governo também reduziu a previsão de crescimento econômico para este ano, que saiu de 4,5% para 3,8%. Mas manteve o valor do próximo ano (5%).
Fonte: Contraf-CUT com Folha de S.Paulo