HSBC usa helicópteros para tentar furar greve dos bancários em Curitiba
29/09/2011 - Por Bancários CGR
Para tentar evitar a paralisação total das suas atividades depois que os bancários iniciaram a greve nacional na terça-feira (27), os bancos estão adotando estratégias que incluem transporte aéreo para os funcionários, a exemplo de anos anteriores.
Os moradores da região do Centro Administrativo do HSBC no Xaxim, bairro da região sul de Curitiba, já sabem que em dias de greve de bancários o vaivém de helicópteros é intenso. A assessoria de imprensa do HSBC afirma que o banco busca todas as formas necessárias para manter o funcionamento dos serviços, inclusive com o uso de helicópteros, como um "plano de contingência".
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias, "é uma atitude antissindical dos bancos e é refutada pelo sindicato. Além de não respeitar o direito de greve, coloca a vida dos bancários em risco. Ano passado conseguimos suspender na Justiça o transporte aéreo e neste ano já solicitamos novamente".
Nem todas as medidas tomadas pelos bancos são tão visíveis. Uma funcionária de um banco da capital, que preferiu não se identificar, contou ao jornal Gazeta do Povo que os bancos montarem estruturas para tentar furar a greve. "Nós somos deslocados para postos de atendimento dentro de órgãos públicos, porque os sindicalistas não podem fechá-los. Além disso, vamos também para pontos de atendimento dentro de empresas e por vezes nos encontramos em hotéis da cidade para reuniões", afirma.
Há ainda informações, segundo o jornal, de que os funcionários de alguns bancos da capital são levados para "esconderijos", geralmente locais que não chamam a atenção dos dirigentes sindicais, ou têm os ramais do escritório direcionados para seus celulares, fazendo com que os trabalhos possam continuar de outros pontos. "É mais uma pressão sobre os trabalhadores, como se não bastassem o assédio moral e as metas do dia a dia. Isso só mostra a intransigência dos banqueiros", reclama Otávio.
Os bancários pedem reajuste de 12,8% (inflação mais 5% de aumento real) e os bancos oferecem 8%. Não há data definida para uma rodada de negociações e a greve segue por tempo indeterminado em 25 estados do país, além do Distrito Federal.
Fonte: Contraf-CUT com Gazeta do Povo