Itaú Unibanco: cadê a grana para pagar os trabalhadores?

27/02/2009 - Por Bancários CGR

Lucro pro forma foi de R$ 10 bilhões, todos os indicadores cresceram, mas bancos dizem que não vão pagar adicional pelo teto

São Paulo – Sindicato e a direção de Itaú Unibanco reúnem-se na terça-feira, 3 de março, para discutir a garantia de emprego dos trabalhadores durante o processo de fusão. Os representantes dos bancários também vão para cobrar que o banco faça o pagamento aos funcionários do valor adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) pelo teto.

O crédito da segunda parcela da PLR aos trabalhadores dos dois bancos ocorre na sexta, 27 de fevereiro.  Dos valores pagos, deve ser descontada a primeira parcela creditada no ano passado de 45% do salário mais R$ 483.

No Itaú, os trabalhadores receberão 2,2 salários de PLR, mas o banco diz que não irá pagar o valor adicional da PLR e o Programa Complementar de Remuneração (PCR) pelo teto.

No Unibanco, a distribuição da PLR será majorada. Ou seja, como o pagamento da regra básica (90% mais o fixo de R$ 966) não atingiu 5% do lucro líquido, os valores distribuídos aos trabalhadores será aumentado até chegar ao percentual. Segundo o banco, o valor adicional também não será pago pelo teto.

Tudo cresceu – Nesta quarta, dia 25, a instituição financeira anunciou que teve um lucro líquido pro forma – resultado do 4º trimestre (já com a fusão dos bancos) mais a simulação dos resultados dos primeiros três trimestres do ano, caso os dois bancos já estivessem associados – de R$ 10 bilhões. Pelo critério contábil, o lucro líquido totalizou R$ 7,803 bilhões.

Quando separados, o lucro líquido pro forma do Itaú saltou de R$ 7,71 bilhões em 2008 ante R$ 7,17 bilhões, em 2007, elevação de 7,51%. No mesmo período, isoladamente, o Unibanco obteve R$ 2,85 bilhões no ano passado contra R$ 2,60 bilhões em 2007, alta de 9,7%.

Outros indicadores mostram como foram bons os resultados do Itaú-Unibanco. A carteira de crédito da instituição, por exemplo, cresceu 34% quando se compara 2007 com 2008. No mesmo período, os empréstimos para empresas cresceram 41,9%, as operações para pessoas físicas aumentaram 24,3%, o número de correntistas teve elevação de 17,4%.

“Os bancários fizeram com imensa qualidade a sua parte para compor o resultado do banco, como agora dizer que não tem dinheiro para pagar o adicional e a PCR pelo teto?”, questiona o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Sejam R$ 7,8 bilhões ou R$ 10 bilhões a serem considerados como lucro líquido do banco, são valores de se fazer inveja a todos os setores da economia. Os bancários trabalharam demais e merecem ser valorizados e é isso que vamos cobrar do banco.”



Fonte: Seeb SP

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