O governo de Jair Bolsonaro já começou a colocar em ação o seu plano de desestabilizar os bancos federais. De acordo com a reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o presidente eleito pretende caçar os trabalhadores que não compactuem com seu pacote de retrocessos e, com esse objetivo, “grupos de voluntários” de funcionários de carreira irão providenciar um levantamento dos empregados do Banco do Brasil (BB), da Caixa Econômica Federal (CEF), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Nordeste (BNB) e do Banco da Amazônia (BASA).
Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, essa atitude lembra muito o tempo da ditadura, na qual havia uma perseguição dos opositores ao regime e que sofriam delação por ‘voluntários’. “Essa prática nada mais é do que perseguição política e fere a Constituição. Se isso realmente acontecer vamos denunciar.”
A reportagem menciona o chamado “pente-fino” nos bancos federais, que será feito a partir desse relatório com o objetivo de mexer nos cargos executivos e trocar funcionários de carreira nesses postos.
A matéria cita ainda que um dos principais alvos do governo Bolsonarista é o Banco do Brasil. Segundo o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Brasil, Wagner Nascimento, o que é alarmante na matéria é que os vários cargos citados são preenchidos por processos seletivos com critérios estabelecidos. “Uma caça às bruxas, como estão chamando, pode significar a volta apenas da indicação para preenchimento de cargos. Para nós que sempre defendemos processos seletivos transparentes, com critérios claros e objetivos, essa perseguição sem razão é um verdadeiro retrocesso”, disse.
No Banco do Brasil hoje, apenas os cargos de presidente e vice-presidentes podem ser ocupados por indicações externas. Os demais cargos, inclusive os diretores, devem ser obrigatoriamente concursados da carreira administrativa.