Jornal da Record expõe denúncias sobre o HSBC
06/11/2013 - Por Bancários CGR
O HSBC (Hong Kong and Shanghai Banking Corporation), um dos maiores bancos do mundo, está no banco dos réus. A instituição financeira reconheceu nesta terça-feira (5) em Londres que está sendo investigada por participação em um esquema de manipulação de taxas de câmbio internacionais, mercado que movimenta US$ 5,5 trilhões por dia.
Nos Estados Unidos, a Justiça obrigou o banco a pagar uma indenização de quase R$ 6 bilhões (US$ 2,5 bilhões) a 10 mil correntistas que investiram em ações do banco que valiam menos do que o HSBC anunciava. No fim do ano passado, a instituição já havia pagado uma multa de US$ 1,9 bilhão em acordo firmado no tribunal de Nova York.
No balanço do primeiro trimestre deste ano, o HSBC afirma que pode ser obrigado a pagar mais uma multa ao governo americano no valor de US$ 1,6 bilhão. A multa seria uma compensação pela venda de títulos assegurados por dívidas imobiliárias que, mais uma vez, não tinham o valor que o banco garantia que tinham. Papéis similares a esses foram os responsáveis por detonar a crise econômica mundial em 2008.
Lavagem de dinheiro e terrorismo
A justiça norte-americana investiga o HSBC há dez anos e desde então alerta para o esquema de lavagem de dinheiro de traficantes de drogas mexicanos usando a instituição.
O professor de direito da Universidade de Columbia John Coffee afirma que, em agências mexicanas do HSBC, traficantes chegavam com malas de dinheiro para depositar.
Ninguém foi parar na cadeia. Se os executivos estavam ganhando dinheiro, podem voltar à mesma prática, a não ser que alguém seja preso.
O banco também é acusado de realizar transações com instituições financeiras sauditas acusadas de financiar terroristas. Em outra infração, fez negócios com países considerados inimigos dos Estados Unidos, como Sudão e Irã.
Na Argentina, a Receita Federal local descobriu que quase R$ 180 milhões (US$ 80 milhões) passaram ilegalmente por seus cofres em faturas falsas e operações fraudulentas do HSBC. O banco deixou também de recolher mais de R$ 100 milhões em impostos no país da presidente Cristina Kirchner.
Em comunicado, o HSBC admitiu os erros e se comprometeu a não repeti-los. Atualmente o banco tem sede em Londres e agências em 85 países. No Brasil, segundo o Banco Central, está entre as três instituições financeiras com maior número de reclamações de correntistas.
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