Juros e spread no Brasil ainda estão entre os maiores do mundo
16/04/2013 - Por Bancários CGR
A taxa de juros ao consumidor no mês de março fechou em 5,40% ao mês, recuo de 0,02 ponto percentual, de acordo com levantamento divulgado na segunda-feira (15) pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de by Text-Enhance" href="#">Finanças, Administração e Contabilidade).
Na comparação com março de 2011, a redução foi maior: 0,93 ponto percentual, já que naquele mês a taxa média de juros para pessoa física estava em 6,33% ao mês.
Apesar da queda, a taxa ainda está bem distante da Selic, atualmente em 7,25% ao ano e ainda mais longe daqueles cobradas pelos bancos aos clientes.
Spread bancário
Segundo o levantamento da Anefac, desde julho de 2011 até março de 2013, a taxa básica de juro foi reduzida em 5,25 pontos percentuais, ao passar de 12,50% para 7,25% ao ano no período, enquanto os juros ao consumidor apresentaram redução de 33,24 pontos percentuais na mesma etapa, chegando a 87,97% ao ano no mês passado.
Para a Anefac, a expectativa é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a se elevar nos próximos meses, dando fim a uma sequência de quatro reduções seguidas. A justificativa seria a inflação, já que o índice oficial ultrapassou o teto da meta do banco central este mês.
No entanto, de acordo com levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) com dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), dentre os países dos Brics, o Brasil possui o maior spread bancário (12,2% ao ano). Em seguida vem a Rússia (3,57% a.a.) África do Sul (3,30% a.a.) e China (3,00 % a.a.). A Índia não teve seus dados disponibilizados.
Spread bancário é a diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa cobrada ao cliente final, e serve como indicador para mensurar as taxas de juros.
Em um grupo de nove países da América Latina, apenas Paraguai (25,1%) e Peru (16,78% a.a.) possuem spread bancário maior que o Brasil. Em seguida estão Bolívia (9,51%) Colômbia (7,22% a.a.), Uruguai (6,74% a.a.), Chile (4,26%), México (3,64% a.a.), Argentina (2,04% a.a.) e Venezuela (1,87% a.a.). Os números são relativos a 2012.
Para o levantamento foram escolhidos países que possuem alguma similaridade com o Brasil, como por exemplo, a África do Sul, dos Brics, Uruguai e Paraguai, que integram o Mercosul, ou a ainda a Colômbia e o México, que são economias consideráveis na América Latina.
Banco do Brasil e Caixa
As diminuições dos juros no Brasil começaram no ano passado, quando os bancos públicos federais deram início a uma política de redução das taxas cobradas aos clientes.
Em abril de 2012, o Banco do Brasil anunciou um plano de redução de juros e de aumento dos limites de crédito para pessoas físicas e para micro e pequenas empresas. Um dia depois, foi a vez da Caixa Econômica Federal anunciar seu plano de redução dos juros bancários.
Na esteira dos bancos estatais, vieram as reduções dos bancos privados, porém menores e limitadas a algumas modalidades.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo