Live debaterá regulação e tributação do sistema financeiro
07/06/2021 - Por Bancários CGR
“Assegurar o funcionamento do sistema de pagamentos, permitindo que os mercados locais desenvolvam suas atividades; e o deslocamento e atuação das pessoas, empresas e governo, mesmo em locais distantes. Além de garantir a segurança da poupança e conceder crédito a quem precisa são os principais papéis do sistema financeiro bancos. Mas, infelizmente, não é assim que ele funciona”, afirmou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Mario Raia.
O debate será transmitido ao vivo, pela TV Contraf, pelo Facebook da Campanha Tributar os Super-Ricos e demais entidades que integram a campanha, e também pelo Youtube do Instituto Justiça Fiscal.
Lucros galopantes
No primeiro trimestre de 2021, o lucro dos cinco maiores bancos do país somou R$ 26,4 bilhões, com alta média de 47,1% em doze meses.
Para o dirigente da Contraf-CUT, que é uma das entidades coordenadoras da Campanha Tributar os Super-Ricos, os bancos não cumprem seu papel social definido na Constituição Federal e precisam ser cobrados por isso. “Os bancos, sobretudo os privados, que funcionam como concessão pública, não se preocupam nenhum um pouco com o que é público. Estão preocupados com seus próprios lucros. E, cada vez mais, os tributos e contribuições que eles pagam não dão conta de acompanhar o lucro sempre crescente que ele obtém da sociedade”, explicou.
Entre 1997 e 2019, o lucro líquido do segmento cresceu 2,4 vezes mais do que os valores pagos de CSLL e duas vezes mais do que os valores pagos de IRPJ. No período, o lucro líquido dos bancos cresceu 423% acima da inflação, enquanto valores pagos a título de CSLL aumentaram 179% e a título de IRPJ aumentaram 211%.
“Mesmo com o crescimento mais lento por conta da pandemia, em 2020 o lucro dos bancos cresceu duas vezes mais que a CSLL e 1,6 vezes mais do que o IRPJ”, observou Mario Raia.
Descompromisso social
Os bancos fazem de tudo para aumentar ainda mais seus lucros. Em plena pandemia, encolheram seus quadros de funcionários e promoveram mais desemprego. Um levantamento do Dieese mostra que, em 2020, houve uma redução de 13.071 postos de trabalho bancário. Considerando o período de um da pandemia no Brasil (março de 2020 a março de 2021), os cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander), juntos, fecharam 16.948 postos de trabalho.