O Banco Inter obteve lucro líquido de R$ 972,8 milhões em 2024, com crescimento de 176,2% em comparação ao ano anterior. O lucro do 4º trimestre foi de R$ 294,9 milhões, com alta de 13,4%.

O número de clientes globais do banco também aumentou, chegando a um total de 36,1 milhões, com alta de 5,8 milhões em doze meses. Além disso, houve abertura de postos de trabalho, com 1.072 vagas no 4° trimestre de 2024 em relação a dezembro do ano anterior.

No entanto, apesar dos resultados positivos, funcionárias e funcionários do Inter têm enfrentado condições precárias de trabalho, com cobrança excessiva por metas e sobrecarga de trabalho, o que afeta a saúde mental dos trabalhadores. O relatório do Dieese demonstrou, por exemplo, que, no 4º trimestre de 2024, havia uma relação de 4,7 mil clientes ativos por funcionário.

Em janeiro, o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região (Seeb/BH), entidade que representa os bancários onde o banco está sediado, recebeu diversas reclamações de trabalhadores que tiveram que retornar à jornada 100% presencial sem condições dignas de trabalho. Entre as principais queixas, estavam a falta de espaço adequado para as refeições, a insuficiência de micro-ondas para atender a demanda e o excesso de pessoas no prédio. Após cobrança do sindicato, o Inter propôs algumas soluções para estes problemas.

“O banco determinou o retorno do pessoal que estava trabalhando em home office para o prédio onde fica a sua sede, mas não tinha condições físicas para o pessoal trabalhar, pouco banheiro para todo mundo, problemas no refeitório, fora a cobrança de metas e tudo mais”, disse a secretária de Formação da Contraf-CUT, Eliana Brasil, que também é diretora de Comunicação do Seeb/BH. “O funcionário precisa ser valorizado e respeitado”, completou.

"Os bons resultados do banco evidenciam o quanto as funcionárias e funcionários são profissionais talentosos e dedicados, que merecem ser valorizados. Além disso, o aumento no lucro comprova que, mesmo sob o regime de teletrabalho, os colegas mantêm o compromisso com suas tarefas. Por isso, a reivindicação pela retomada do regime híbrido e de teletrabalho é mais do que legítima", destacou a funcionária do Inter e diretora do Seeb/BH, Liliam Diniz.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço ou, se preferir, leia a íntegra da análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Texto: Seeb/BH, com edições da Contraf-CUT